terça-feira, 10 de junho de 2014

Um ano sem quimioterapia


Segunda-feira, 9 de Junho de 2014

Fez este fim-de-semana um ano que terminei a quimioterapia. Fui até celebrar no cabeleireiro, no dia 7 de Junho de 2014, sem saber que era o dia do "aniversário". Fui diagnosticada no dia 7 de Dezembro de 2012. Terminei a quimioterapia no dia 7 de Junho de 2013 (talvez tenha sido na véspera porque diz nesta partilha que os enjôos "já foram"). 7 foi o número da cama do IPO onde estive o primeiro mês, durante a primeira quimio. 7 era o meu número na escola. 7, na numerologia, é o meu número de vida. O meu telemóvel é 0711 (7 o meu número e 11 o dia em que nasci). 

Fiz 5 ciclos de quimioterapia (mais dois mini-ciclos), em 7 meses, porque dadas as complicações que tive e dado o nível de toxicidade do protocolo que me foi proposto, não me foi possível cumprir o calendário, embora os médicos me tivessem dito que, à partida, seriam 8 ciclos, em 10 meses, a terminar em Setembro de 2013. Saltei um ciclo por toxicidade (dormência nas pernas) e, ainda assim, os médicos queriam que eu cumprisse 7 ciclos, no mínimo. 7. Mas terminei por aqui. Por opção. É que afinal a proposta já não era apenas o protocolo quimioterápico mas o alo-transplante de medula na primeira remissão (esta opção costuma ser numa segunda remissão, quando há recidivas), dada a agressividade, raridade e estadiamento do linfoma que me assolapou: linfoma não-hodgkin grandes células B estadio IVB. 

Neste dia não houve ritual de despedida nem celebração do fim da quimio, porque era suposto voltar em Julho. Não voltei e não me arrependo, porque, ainda que venha a enfrentar alguma recidiva, este ano fora do hospital já ninguém mo tira e recidivas podem acontecer a qualquer pessoa que tenha tido um cancro. 


Palavras da minha médica: 



"9 meses de vida previstos na literatura" para doentes com o meu diagnóstico

"é verdade que existem riscos, complicações e morte no que se refere ao transplante, mas com a quimioterapia também e nós estamos a correr esse risco"  (O TRANSPLANTE fica para outro post)


Risco por risco resolvi não me riscar e arriscar-me a seguir o meu caminho (meu. o teu é o teu)




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