segunda-feira, 30 de outubro de 2017


(encontrado nos rascunhos) 

Hoje fui à praia do lado, a que não me é habitual, mas alguma coisa me fez ir para lá. Quando isto acontece - decidir não sei por que razão fazer as coisas de maneira diferente - normalmente acaba por acontecer alguma coisa que me faz perceber por que teve de ser assim, naquele dia e naquela hora. Como já me conheço, assim que dou por mim a ir para lá, penso "O que será que te está a puxar para aqui hoje?" Tive a resposta uns minutos depois, quando vejo passar um casalinho bonito e fofo (sem ironias!), à beira-mar plantado, entre carinhos e mergulhos e que veio a banhos mesmo à minha frente quando estavam a kms da toalha. 

Eu conheço aquele homem, sei que tem um telefone secreto para falar com outras mulheres, sei que mente à cara podre e sei que vai ser sempre assim. Só observei e questionei o aqui e agora da cena que presenciei.

Ultimamente tenho sido confrontada com várias histórias, de amigos, de conhecidos, de casais, quase-casais, ex-casais, relacionamentos afetivos, uns com mais amor do que outros, e todos têm tido a função de me fazer questionar o que quero eu para a minha vida, no campo dos afetos. O universo anda mesmo a conspirar para que me faça esta pergunta. Ou que encontre esta resposta. Não é óbvia, a sério que não é. 

Em cada história que me contam, eu respondo à pergunta "Inspira-me?" "Não me inspira?" e dou por mim a pensar "Não quero nada disto para mim!" ou "Ah isto, sim, eu era capaz de gostar disto!" E por aí vou... Identificar o que me inspira ajuda-me a validar aquilo em que acredito. Se não valer a pena, não vale a pena. 

Inspiração precisa-se para acreditar que o amor é possível, que é possível criar um espaço comum sem negar o mundo de cada um, desejar que o mundo secreto more no sonho e na fantasia e não em telefones e encontros escondidos. Do que será que nos escondemos?

Temos tantas estratégias para sabotar o amor! Não interessa se é perfeito, não interessa se é igual ou diferente, não interessa se parece muito, não interessa se parece pouco, não interessa se é lento, não interessa se é rápido, não interessa se parece estranho (para mim, vai sempre ser), não interessa se não acertamos, não interessa se não sabemos, não interessa. Interessa fazer escolhas e saber que todas as escolhas nos levam para caminhos diferentes.









sábado, 28 de outubro de 2017


(este texto remonta a 2015 e estava nos rascunhos)

O trabalho é bom para a saúde mental. Sempre disse isto, mas a verdade é que, quando me sinto a enlouquecer, há algumas coisas que me ajudam a voltar à base:

1. O trabalho e as "obrigações" (que palavra feia para as rotinas que nos organizam os dias);

2. Estar no momento presente, disponível para receber o que esse momento tem para oferecer;

3. Fazer alguma coisa de que se goste e despertar os sentidos;

4. Manter o foco no que se tem e não no que não se tem;* 

5. As alíneas anteriores podem resumir-se a ocupar o tempo, a cabeça e o corpo, mas, na verdade, encher o tempo e a cabeça não é reparador, se não for com coisas que nos pre-encham e nos encham as medidas;

6. Recorrer aos amigos para uma "palavra amiga", alguém "de fora" que nos ajude a pôr as coisas em perspetiva;

7. Manter o foco no material, em coisas terrenas, no sentido pragmático: ajuda-nos a "aterrar";

8. Observar as emoções como se de um filme se tratasse. Elas vêm e vão. Mas é preciso dar-lhes lugar antes de partirem.

9. "Está tudo bem." no repeat... 


Fotografia For Brain durante formação em Intervenção Snoezelen


*Atualização 2017: 

Uma ressalva: querermos coisas que não temos é legítimo, mas é mais produtivo manter o foco no que se quer conquistar do que manter o foco no que não se conquistou. Parece igual mas não é. Parece semântica, mas a perspetiva positiva leva-nos a honrar as conquistas que fizemos e a respeitar o processo. Os timings e as experiências todas que vamos vivenciando estão a preparar o terreno para coisas melhores. Ou apenas outras coisas. E talvez até sejam essas tais coisas. 


sexta-feira, 6 de outubro de 2017


Das novas profissões que estão a emergir com a tecnologia e com a falta de alternativas no modelo atual, que empurra tanta gente para o desemprego, ouvimos muito a expressão influenciador(a) digital. Uma pessoa que tem presença digital, é seguida por milhares de pessoas e vai mostrando a sua forma inspiradora de viver, influencia os seus seguidores, torna-se numa referência em determinada área e dita tendências nessa mesma área. As marcas já perceberam isto e nós, às vezes, nem nos apercebemos da quantidade de informação que absorvemos enquanto navegamos pelas redes sociais! 

Eu acompanho alguns canais do youtube e algumas pessoas no facebook e no instagram, todas elas me influenciam de alguma maneira, principalmente porque, hoje em dia, também está "na moda" a promoção de um determinado estilo de vida que seja duradouro, consistente, saudável e bonito, o que é algo que também me serve, também me interessa. E é preciso. 

Bonito? Sim, há um lado necessariamente estético na vida e, naturalmente, na vida digital. Se a televisão vive da imagem, a internet também. Há um lado necessariamente estético na vida que acredito estar relacionado com a necessidade que temos de harmonia. E por que não harmonia, paz, passarinhos e relva verde-alface a gritar esperança? Não há nada de errado no bonito, a não ser quando entramos em comparações e nos achamos menos, a não ser quando achamos que não há feio nas vidas aparentemente bonitas, as quais também não deixam de o ser quando lhes descobrimos coisas feias, difíceis ou menos agradáveis. 

Por outro lado, temos o mundo da comunicação social cheio de coisas aterradoras, que acontecem todos os dias. A vida digital vive da sensação que roça o sensionalismo, seja para a desgraça seja para a perfeição. 

Continuo a acreditar que as pessoas que nos influenciam mais são as nossas, a do nosso círculo, mas a verdade é que o grande círculo alberga um mundo de gente, vidas, treinadores da felicidade, cozinheiros do amor mas, sobretudo, pessoas com os seus medos e inseguranças à procura do lugar seguro, que se quer bonito, bom e sustentável. Para si, para os outros, para o planeta. Gosto dos "influenciadores" que naturalmente só querem gritar ao mundo o que descobriram que é bom para si: posições sem imposições. 

Quando criei este blog, há quatro anos (já tinha tido outro em 2006), a minha ideia era fazer aquilo que agora é tão comum, criar um espaço de partilha que pudesse inspirar e desenvolver ações que extrapolassem o blog mas que servissem a missão ou intenção, utilizando as ferramentas que a minha formação e a minha experiência de vida me proporcionaram. Não o fiz da forma estruturada e consistente que o marketing digital exige, mas conforme fui sentindo. Das cura-ações, muitas ações ficaram apenas no plano das ideias, mas é incrível assistir à evolução da comunidade digital, em tão pouco tempo! É até uma avalanche um bocadinho esmagadora! Ou sinal de mudança.





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