domingo, 26 de abril de 2015

Lou-Cura


Estou empenhada em viver as coisas com intensidade. Refletindo sobre isto e sobre a pessoa que eu nunca tinha sido até agora, acho que a vida me trouxe intensidade nas coisas más para me acordar para a capacidade de viver as coisas boas. Isto não significa meter-me em desportos radicais ou testar os limites da lei, mas convenhamos que o cancro já me chegou em termos de radicalidade e limites. Foi a p*** da loucura! Agora é só a lou-Cura... 

Esta capacidade de estar no momento não veio só com o cancro. Aliás, os últimos quatro anos não foram mais nada senão isso, um saltitanço de momentos em momentos, uma colecão de coisas muito más e muito boas, um coração cheio, re-partido, cansado e entusiasmado, em looping

A minha verdade é que, se eu não viver assim, tirando partido de cada momento bom, eu não tenho capacidade para lidar com os maus. Estou sempre a carregar baterias para não me esgotar. Next. Segue. 

Vou deixando partes de mim por todo o lado e, quando chego a casa e sossego, revejo todos os momentos e agradeço. Não me interessa se pareço louca. Não me interessa se me espalho ao comprido ou se quase parto um dedo no pé na esquina do sofá. Não me interessa se ando a fugir da cruz. Tudo isso interessa mas... amanhã. 

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Sossego. Adoro o sossego, a paz, o silêncio, o abraço, o estar e o ficar. Adoro as não-palavras, eternizar os segundos e desligar as horas; ouvir os passarinhos e contar as histórias. Adoro o mistério, o segredo que não te posso contar. Adoro sonhar. 

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