segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fingers crossed


A minha amiga hoje baptizou o segundo filhote. A minha amiga das paixões avassaladoras, que sempre me mostrou o outro lado que eu não era capaz de ser, continua a mostrar-me o outro lado da vida, aquele que nunca tive coragem de escolher. 

É a minha amiga dos "sweet little sixteen" que um dia foi de férias comigo para Vila Nova de Milfontes, quando tínhamos 26 anos, e catrapiscou lá um marido de Aveiro, enquanto eu catrapisquei um amigo especial com quem estive 3 meses (recusámos o convite deles para a piscina porque tínhamos um jantar, lembras-te?). E é assim a nossa amizade. Quando ficámos mais próximas, aos 18, resolveu ir para Coimbra, entretanto passou por Viseu (por amor, sempre por amor!) e depois resolveu ir-me para Aveiro! Para onde o coração vai, ela vai! #ohnãaaao!

Horas a fio ao telefone, naqueles tijolos Nokia, com chamadas a 5$/min, ela em Coimbra, eu em Cascais. E porque "ele não gosta de mim" ou "porque ele não me larga", sempre fomos o que a outra não era, dois lados da mesma moeda, duas formas de manifestar a mesma necessidade de amor: que diferença há afinal entre quem abandona e quem é abandonado? A solidão é exatamente a mesma quando nos deixam ou quando os deixamos; quando não podemos ficar porque eles não querem ou quando não podemos ficar porque não queremos ou não somos capazes de querer. 

Um dia ele ficou, um dia tu ficaste. A solidão, essa, há-de manter-se para sempre porque é nossa, mas, desde o dia em que ficaram, são duas pessoas que podem partilhar o 'medo de não ser feliz', são duas pessoas que podem arriscar sê-lo. 

(Espero que já estejas a chorar baba e ranho porque nisso, pelo menos, somos iguais. Tu com mais ranho do que eu, claro!)

Continuas a mostrar-me o outro lado da vida, aquele que sempre perseguiste porque os sonhos são para perseguir. Continuas a mostrar-me que "a vida é difícil" mas que a conquistas todos os dias. 

Tenho saudades nossas assim aos montes. (Vês como "baixei a bolinha"? Já digo coisas bonitas... "É bem feita!" disseste tu ontem...) Porque, ainda que eu não o diga tantas vezes, tenho muito orgulho nas tuas conquistas e tenho muito orgulho em mim por me ter mantido na tua vida. Desde 1995... Tu com anéis, eu sem anéis. Mas a fazer figas para sermos felizes. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

INSTAGRAM