terça-feira, 29 de julho de 2014

Dying To Be Me - Anita Moorjani


Apresento-vos o livro que me iluminou o caminho. Nas noites entre hibernamentos que passei em casa, ficava horas na cama com o computador no colo, a pesquisar e a ler o que me pudesse ser útil para lidar com as dores, os sintomas, o medo e a ansiedade, mas sobretudo para entender o que me estava a acontecer e não me sentir sozinha. Encontrei este livro no Amazon, comprei a versão kindle mas logo encomendei o livro em papel. Hoje estou a revisitá-lo.

É o testemunho de uma sobrevivente de um linfoma mas, mais do que isso, é uma história de vida. Aliás, o que mais me fascina é precisamente ser uma história de vida e não uma história da doença. Para lá do lado espiritual da experiência da Anita Moorjani - near-death experience - os dados clínicos comprovam que: depois de 4 anos de luta contra o cancro, entrou em coma, os seus órgãos já tinham entrado em falência e a sua vida estava por umas horas. Depois do coma, o cancro entrou em remissão e o seu corpo recuperou das lesões clinicamente irreversíveis. Em pouco tempo estava curada. 

Trata-se do testemunho de uma pessoa que se curou miraculosamente e que vem partilhar a sua aprendizagem. Respeito muito o que nos diz porque são frases que surgem de uma vivência directa, independentemente da interpretação que cada um pode fazer do que nos conta. Sei o que é dizer coisas que podem parecer apenas modas e frases bonitas, mas que vêm do mais profundo sentir e de um saber profundo e intuitivo que não é propriamente testável e mensurável. E seria tão bom poder usufruir da aprendizagem sem ter de passar pela situação limite! Eu aprendi que, no limite, as coisas se tornam óbvias mas que essas mesmas lições são aplicáveis aos aspectos mais simples da vida (tema para outro post).

Li o livro em inglês e, um ano depois, saíu a tradução portuguesa. Não li em português mas continuo a preferir o título em inglês porque me identifico com a expressão que a autora escolheu: "Dying To Be Me" ou, na versão espanhola, "Morir para ser Yo". Também sinto que uma das vantagens de ter estado alegadamente perto da morte foi a de me permitir escolher um caminho mais genuíno e verdadeiro, de acordo com quem sou e com aquilo em que acredito. Ou seja, morrer para poder escolher ser EU e mais ninguém. No caso da Anita, é mais literal porque foi praticamente dada como morta e esteve objectiva ou subjectivamente "do outro lado" (experiência quase-morte). 





A sinopse centra as atenções na experiência espiritual, a forma que a tomada de consciência da autora assumiu, mas penso que o livro nos permite um entendimento mais alargado da função da doença na história da sua vida. A Anita é asiática, tem influências culturais tão diferentes das minhas e, ainda assim, é possível identificar-me com as suas emoções e o seu percurso.

A leitura deste testemunho tranquilizou-me. Só tenho de pôr a energia na manifestação da pessoa que sou. É tudo muito mais simples do que parece. A cura está ao alcance de qualquer pessoa, mas é individual e está relacionada com as suas escolhas.  Ao mesmo tempo também é colectiva porque somos todos parte da "great tapestry", "big picture", do UNIverso. Umas semanas depois nasceu o CurAção, onde o meu caminho se cruza com o de outros que também estão no caminho da cura, seja física, pessoal, social ou global. 

No facebook da autora:




1 comentário:

  1. Seguindo com muito carinho a tua proposta, fui comprá-lo e já iniciei a leitura do livro. Tenho a certeza que é útil não só para quem passa pela doença, mas como quem vive e convive de perto com ela.
    Obrigada Rita!

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