quinta-feira, 10 de abril de 2014

Recuperando a forma, melhorando o conteúdo


Estes são os dois espaços que neste momento estão a contribuir para a minha recuperação física. Saí do hospital em Maio de 2013 com parestesias (dormências) que me atingiam os membros inferiores e me impossibilitavam de me deslocar com equilíbrio e segurança. Com o apoio da Artemove (Marisa Silva e Paula Careto), comecei o meu trabalho físico de recuperação sozinha, aplicando os meus conhecimentos e a minha formação no método Pilates para recuperar mobilidade, força e flexibilidade (com perda de massa muscular acentuada e com atrofio de músculos, tendões e ligamentos, qualquer exercício de mobilidade parece um exercício de força e alongamento porque tudo pesa e tudo está encurtado). 

Depois dos primeiros meses e de recuperar a mobilidade necessária para caminhar, subir e descer escadas e afins, ou seja, recuperada a funcionalidade necessária para o dia-a-dia, comecei a integrar as minhas antigas aulas de dança, principalmente Hip Hop (com a prof. Inês Afflalo) e Modern Jazz (com a Prof. Paula Careto) na Artemove. No início, o controlo das pernas, o domínio do corpo e a "apropriação" do ritmo e da música estavam comprometidos e causavam-me estranheza; era necessária toda uma readaptação, reeducação e recuperação, mas principalmente, dar tempo às células para irem buscar à sua memória toda a linguagem congelada e ainda baralhada pelo sistema. Consegui recuperar a sensação de normalidade, mesmo que por vezes as dormências nos pés e a pouca força nos joelhos (decorrentes da neuropatia) se façam sentir. A verdade é que o exercício físico diminui drasticamente a dor e o desconforto articular e melhora a qualidade de vida.

Entretanto, no último mês, comecei a musculação e já completei 21 treinos, com o apoio do Fit & Company de Paço d'Arcos, na pessoa do Paulo Cardoso. A carga começou muito baixa relativamente à média, mas, com este trabalho de recuperação da força muscular, melhorei de uma limitação na virilha esquerda e tenho melhorado o meu desempenho na dança, com mais força para levantar as pernas ou fazer um grand plié, bem como acompanhar o ritmo da música, porque tenho mais resistência cardio-vascular e força explosiva (para acompanhar a velocidade e o ataque que a coreografia e a música exigem). A flexibilidade também melhorou ao libertar espaço nas articulações, até porque insisto sempre no alongamento depois de cada treino de força. 

Este é um trabalho ainda inicial, até porque a minha massa gorda ainda está em 37,8% (muito má!), mas o exercício e a alimentação são fundamentais para cuidarmos da forma física que se traduz em conteúdos celulares e funcionais e, como tal, em saúde. A acrescentar o bem-estar mental e emocional depois da prática de exercício físico, principalmente quando escolhemos uma modalidade que nos dá prazer. Eu misturo um bocadinho do trabalho chato com o que me dá prazer, mas, essencialmente, não tenho feito nada por obrigação, mas por motivação e paixão. Com a alimentação ando menos disciplinada mas a instabilidade está directamente relacionada à instabilidade emocional resultante da minha vida que ainda está em reconstrução e, por isso, de pernas para o ar. A seu (meu) tempo...





De referir também o trabalho da Dra. Joraia Vieira, osteopata, e do fisioterapeuta Pedro Martins que me têm ajudado a desbloquear aqui dos estragos que ficaram dos químicos, pois a toxicidade reflecte-se também a nível osteomuscular.

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