sexta-feira, 25 de abril de 2014

Clube dos Amigos da Rita #6


Hoje é dia 25 de Abril, dia de celebrar a Liberdade e de a reafirmar, porque é claro que as conquistas que fazemos, tanto como colectivo como a nível individual, não são estanques. Ora agora sou livre e já ninguém me apanha. Não é bem assim, embora também seja assim - já não voltamos para trás. Fazemos as nossas conquistas e, de vez em quando, convém recordá-las e vincá-las porque sabemos que, outras tantas vezes em quando, somos testados e apanhados na curva. Há um grande caminho a percorrer no que há liberdade diz respeito. Conquistámos a liberdade de dizer, mas caminhamos para a liberdade de pensar, de ser e de sentir porque, ao fim ao cabo, fomos educados pelos fazedores da revolução e as nossas células ainda têm a memória do que é suposto, do que é a norma e de onde está o poder.

Fazendo a ponte para o cancro, porque nascem cancros como cogumelos, as células cancerosas são células revolucionárias, que atacam o sistema vigente e impõem a sua ordem pela desordem. Temos a revolução no sangue. Como vai o sistema responder ao ataque? Dará a desordem lugar a uma nova ordem? 

Deixo aqui a partilha que fiz com os meus amigos depois de ter decidido não fazer o transplante de medula óssea e os restantes tratamentos de quimioterapia que ainda me restavam. Que viva a liberdade de escolher!

 As escolhas que fazemos devem ser aceites sobretudo por nós, sem nos penalizarmos por sermos diferentes, antes dos outros entrarem na equação.

Não te penalizes por seres como és.
Se o meu protocolo de tratamentos teve de ser todo reajustado ou se as reacções que tive saíram da norma, quer apenas dizer que não sou protocolável e que não somos todos iguais, o que é fantástico. E é só isso.

Não se prendam ao que é suposto. Os nossos pais investiram muita da sua energia a ganhar o direito de não seguir a norma só porque sim. Eles abriram o caminho, mas nós temos de o continuar.



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