sexta-feira, 20 de março de 2015

Dia Internacional da Felicidade



Parece que estamos todos de acordo com a ideia de que é importante ser feliz ou permitir-se ser feliz. Diz-se também que a felicidade é uma escolha. Eu acrescentaria um escape. Vejamos: a vida está difícil, vou ali ser feliz e já venho! E resulta! 

Hoje eu consigo entender a felicidade como independente do que nos acontece na vida porque, objetivamente falando, sou muito mais feliz aos 30 do que era aos 20 e, desde os 30, os desafios têm vindo a aumentar exponencialmente. Quer isso dizer que, à medida que me acontecem desgraças, aumenta o meu quociente de felicidade. Porquê? O escape. "Vou ali ser feliz e já venho!"

Eu, para ser feliz, tenho de saber:

- distanciar-me, observar a minha vida como se fosse um filme;
- aproximar-me, diluir-me em cada momento que vivo;
- brincar com o que me acontece;
- confiar;

Sou mais feliz hoje porque estou mais feliz com a pessoa que sou hoje, não me persigo tanto, não me julgo ou culpabilizo como antigamente e não passo a vida a pensar que devia ser tudo diferente do que aquilo que é. E quando é tudo muito, "vou ali e já venho!" que é o mesmo que dizer "Espera aí que eu vou mesmo deixar de ser feliz porque... Jesus morreu na cruz!" 

A responsabilidade é irmã da felicidade. Nos dias em que me sinto a morrer na cruz, sei que posso ressuscitar. Também sei que o drama, a maldade, a dor e o sofrimento fazem parte da vida (e de mim e de todos), mas escolhi aceitar isso e ser feliz. E, no dia em que não tiver mais vidas para gastar aqui, acredito que, no outro lado, vai ser tudo mais pacífico. Aqui, no entanto, parece tudo mais animado...

P.S. A felicidade permite chorar porque ser feliz é poder ser o que se é. Se os outros não aguentam, responde "Vou ali ser feliz e já venho!" Aos soluços, claro. 


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