segunda-feira, 10 de março de 2014

Que sera sera...





Há dias em que sinto vontade de espreitar os próximos capítulos da minha vida, como quando leio um livro e espreito as últimas páginas. Sim, às vezes faço isso, mas a verdade é que não quero saber na realidade o que vai acontecer ou como o livro vai acabar porque é o suspense que me mantém interessada. É quase uma curiosidade infantil de querer saber mas não querer que me digam o final porque a diversão está na reviravolta, no não saber, nas surpresas que cada virar de página tem para oferecer.

Cada nova história, cada novo princípio me deixa inquieta porque não preenche a minha necessidade de controlo – do passado, do presente e do futuro – mas essa inquietação mantém-me o metabolismo emocional acelerado e contribui para o meu não adormecimento no caminho. Sim, só o presente existe. E dizem os mais exigentes que nem o presente existe, só o agora. Imagine-se! Que me interessa saber o que vai acontecer amanhã, um dia que não existe na verdade, mas que temos a fé de que vá existir, por sorte?

Paradoxalmente, não gosto que me perguntem o que vai acontecer, o que vou fazer ou que planos tenho. Aprendi que não posso deixar tudo em aberto, que é preciso ter objectivos, sob pena de ir parar a destino incerto e perigoso. Encontrar o equilíbrio entre ter objectivos, fechando-me um bocadinho, e manter a receptividade e a abertura perante as oportunidades e os novos caminhos que a vida me pode apresentar é o que quero alcançar. Nem tanto ao mar nem tanto à terra.


Será que vou conseguir exercer Psicologia em Portugal, será que o projecto CurAção vai ganhar asas, será que a Associação Princesa Leonor vai ser uma realidade com tecto, paredes e sonhos concretizados, será que vou voltar a fazer a espargata, será que vou poder ser mãe, será que vou reencontrar um equilíbrio emocional e afectivo, será que a minha curação se vai estender à minha família, será que vou ter o meu espaço e a minha independência financeira de volta, será que vou conseguir escrever o meu livro, será que vou estender a força da minha natureza por todas as dimensões da minha vida e por muito tempo, será que vou ser sempre feliz independentemente de quem me acompanha, do que me acontece e do que ganho ou perco na vida? Será o que eu quiser. Mas será? 

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