quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A emancipação e o amor


(Escrevi isto em Dezembro de 2015 e estava nos rascunhos...)

Está muito na moda dizermos, enquanto mulheres, que não precisamos de um relacionamento, não precisamos de um homem. É uma coisa que eu acho que deve dar lá para os 30, quando percebemos que somos capazes de tanta coisa! Na verdade, eu acho que é fantástico que nos redescobramos sozinhas para nos voltarmos a relacionar afetivamente. Sim, porque amor é preciso. E amor é diferente de nos enfiarmos num relacionamento para não estarmos sozinhas. Ah e tal, o amor está em toda a parte. Pois, também estamos na fase da indiscriminação do amor. Tudo pode ser amor, o amor é omnipresente e, portanto, homens para quê? 

Ah e tal... "Estou contigo porque quero e não porque preciso!"

Pára tudo! Eu também já ouvi isto da minha boca. E, como só tenho uma boca, não me pude mandar calar a seguir! E ele também não o fez! Claro que é sempre bom esperar que um homem que ouve que não precisamos dele para nada se comporte como se precisássemos! 

Então, pah, e as minhas necessidades afectivo-psico-endo-morfológicas? É um neologismo que inventei agora e que eu traduzo: "Eu preciso de amor!!!" (leia-se: "do teu amor!") Em que é que ficamos, ladies? Não precisamos mas exigimos?

Qual é o problema de precisar? Precisar significa depender? Precisar significa não ser capaz se a pessoa nos foge? Precisar significa fraquejar? Precisar significa não ser capaz de estar sozinho? Não. Precisar é só precisar, eventualmente uma peça num puzzle maior. É tão importante saber estar sozinho como saber estar acompanhado! Não faz mal precisar. 

Os homens precisam de que precisemos deles e nós precisamos de que precisem de nós, porque, no dia em que não precisarmos mais uns dos outros para amar, dedicamo-nos todos a causas filantrópicas para amar o mundo todo e não amarmos ninguém. Ou à prostituição. 



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