sábado, 22 de novembro de 2014

Não matem a esperança!


Adoro a crise. Não obstante as sérias dificuldades que muitas pessoas podem estar a passar, todos os dias nascem projetos como cogumelos. Cada pessoa constitui um projeto de vida, com objetivos, sonhos e potencialidades. E, em crise. quem se abre à mudança, procura todas estas coisas em si. Já não resulta ter um emprego só para ganhar dinheiro e não estar a funcionar com as plenas capacidades. Muito menos submeter-se à exploração de quem se aproveita da fragilidade dos outros. O modelo antigo expirou e acredito que quem quer manter-se nele vai perdurar na crise.

A crise está a juntar as pessoas. Quando passo mais tempo em frente à televisão ou no facebook, deparo-me com projetos sociais e de solidariedade que se fazem da união de esforços, saberes, vontades e necessidades. Sim, há pessoas a passar pelas ruas da amargura que nos fazem descobrir em nós a aptidão natural para o amor. 

A crise está a pedir-nos que deixemos de funcionar entre 4 paredes e que partilhemos, em open space mental, competências, dúvidas e conhecimento. Parceiros já não são só apanágio dos casais. E missão já não é só do domínio do mundo empresarial. As empresas procuram parceiros. As pessoas procuram definir missão, valores e visão para si e para as suas vidas. 

Manda a crise que não esteja cada um no seu canto, sossegado na sua vida. Sossego é coisa rara nestes dias. Os filhos da revolução nasceram revoltados, sem serem tidos nem achados, e vieram dar a volta por cima, pedindo que não lhes matem a esperança. 

Estamos no barco. Importa remar. 

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