terça-feira, 8 de outubro de 2013

InspirAção: "Também Há Finais Felizes" - Fernanda Serrano






Não sei se isto acontece com todos os doentes oncológicos, mas li algumas histórias de "colegas", neste trabalho temporário que é o cancro, à procura de sentimentos semelhantes, testemunhos inspiradores e respostas criativas, mas sobretudo finais felizes, como aquele em que somos despedidos desta função de doente oncológico, que numa primeira fase fomos a tempo inteiro, depois a tempo parcial, como avençados, até que mudamos de vez de vida. 

Para vos dizer que o primeiro blog que encontrei na net pertencia a uma mulher que entretanto faleceu e que, por isso, dei de caras com um post do marido que dava essa mesma informação aos leitores, completamente consternado, como podem imaginar. Tudo o que precisava para me motivar! Mas pesquisar na net tem destas coisas! Há de tudo! E as histórias com finais infelizes também me foram imprescindíveis nas minhas decisões.

Com o testemunho da Fernanda Serrano, aprendi algumas coisas que me foram úteis:

- Esta história do conhecimento científico garantir infalibilidade, previsibilidade e resposta única é uma fantasia. Há ciência e cientistas, uma coisa é uma coisa e outra coisa são várias coisas. O que quero dizer é que a medicina não é exata, até porque as pessoas não vêm nos manuais nem são protoculáveis e a medicina também é feita por pessoas como nós, pacientes. Opiniões e pareceres há muitos e diferentes. É legítimo pedir vários pareceres e tomar uma decisão consciente, mas pessoal e intransmissível.

- Não só de consentimentos informados é feita a história de um paciente. O corpo é seu, é só ele que o sente e só ele conhece as suas leis mais do que outra pessoa qualquer, mesmo que esta se apresente como o suprasumo da matéria. Ou seja, em todo o processo, é importante estarmos ligados aos sinais, às sensações e à intuição, o sexto sentido que tem a informação mais valiosa e decisiva, quando nos encontramos numa encruzilhada.

- Não julgar os outros e as suas decisões e comportamentos, porque cada história é diferente da outra e cada doença aparece numa pessoa diferente, que vem de um sítio particular e que tem um caminho único. 

- Há finais felizes. E cá estamos nós para contar a história!

2 comentários:

  1. E ainda bem. Eu tenho outro final feliz bem perto de mim e alegro-me todos os dias por isso.
    beijinhos e votos de muitos mais dias felizes

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