sábado, 31 de dezembro de 2016




Gosto de fotografias porque são auxiliares de memória e porque me recordam das coisas BOAS. As noites sem dormir, a ansiedade, os medos, as lágrimas e as perdas não têm registo visual. Assim sendo, terminamos em bom! Que as melhores vivências estejam inscritas nas minhas células! 

Podia ter escolhido outras fotografias, mas fui pela facilidade, uma vez que não estou em casa e não consigo aceder a todas as fotografias tiradas este ano. Aqui vai...


Neste quadro, começamos em Torres Vedras, a brindar ao ano novo mas logo vamos para Lisboa, ao aniversário da Suse, ainda sob o espírito do Carnaval, relembrar que os heróis moram dentro de nós, como cantou, um dia, a Mariah: "There's a hero if you look inside your heart.". Em Março, temos uma fotografia da viagem a Salamanca, tanta vida condensada num fim-de-semana comprido! Saltamos Abril, o mês da maior conquista deste ano, a mudança de casa, a segunda na minha nova vida! Passamos para Lisboa, para o presente que a Joaninha me deu pelos meus 36 aninhos - inhos! Esta miúda espelha-me sempre coisas de que nos esquecemos tantas vezes, tais como: o poder da intenção, o potencial criativo e a completa estupidez que são as zangas de família, ao pé do que poderiam realmente representar os laços de sangue! Saltamos para o Estoril, no 60º aniversário da mãe Nobre. "Do Alentejo para o Mundo", diz lá atrás. Resume a sua história e a inspiração que me traz todos os dias a alegria que o seu sorriso transporta. Acabamos na vitória do EURO2016, a relembrar a importância do coletivo. Somos muito pequenos sozinhos e enormes quando reunimos as nossas forças!

Neste quadro, temos logo duas perdas, uma profissional e outra pessoal/afetiva. Mas, em imagens, temos duas vitórias, dois projetos que tive oportunidade de viver depois do cancro, uma história de amor atribulada e a passagem por uma instituição onde pude trabalhar no que mais gosto, com amor e criatividade. Tanto o relacionamento como o projeto profissional tiveram um fim, este ano; encerraram um ciclo deste caminho. Neste quadro, vamos do Estoril ao Algarve e passamos pela Mata dos Medos, na Caparica. Começamos com pele, o maior órgão do nosso corpo, o único capaz de abraçar, de colar para não perder, de amar para (sobre)viver; temos a minha vida em palco e temos uma nova vida prometida para 2017, gente a caminho de um lugar de esperança. De mudança.

Aqui começamos em Ponte de Lima e acabamos em Vila Nova de Milfontes. Temos amor, dança, música, trabalho, Natal e magia. Se eu te pego, não te largo mais. Ou então largo. Ou então não te peguei. Este ano iniciei um projeto numa nova instituição. Restituíram-me a alegria. Este ano o pai fez quimio e fez 64 anos. Prefiro mostrar-vos a celebração. Este ano os olhos custaram a fechar e a descansar, mas prefiro mostrar-vos a introspeção: "Vou dançar como se tivesse dormido!" E dancei. A Arte Move - uma casa, o projeto We Move - amor e energia criativa em movimento.

Termino com a fotografia que escolhi para resumir este ano. Perdi mais ou menos 6kgs, também uma conquista, com falta de apetite, suor e lágrimas. Sei que se segue um ano mais leve. Dos jardins do Palácio de Belém, na imagem, digo-vos para serem exigentes. Queiram vida de príncipes e princesas e sejam felizes para sempre!


quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


Só pode ser bom presságio para 2017, mas foi uma conquista do 2016, um ano difícil que me ensinou que a vida é para simplificar e que importa saber recuar para avançar. Ou, pelo menos, abrandar. Talvez só daqui a vinte anos haja a hipótese de passar dos 3 dígitos para os 4, por isso celebro as 100 mil visualizações como uma forma de me despedir deste ano com um sentido de gratidão que tantas vezes se dilui no meio das dificuldades. Neste cantinho, nunca se perde. Sei de onde venho. 

Ao pé do 2013, qualquer ano é lucro, mas este ano aprendi uma coisa sobre este caminho: depois de bater no fundo, existe o perigo de baixarmos a fasquia, a fasquia do que se merece, do que se exige, do que se sonha. É diferente valorizar as pequenas coisas ou desvalorizarmo-nos ao ponto de nos contentarmos com o que fica. Contentar é abdicar do que se merece. Não se trata de voltar à vida, trata-se de voltar à vida que se quer, ainda que a paisagem tenha mudado. 2016 foi o ano de procurar o son(h)o. 2017 vai ser o ano de o encontrar.

Para 2017, vou. Obrigada!


100 000 e 1, o número de todos os começos

terça-feira, 27 de dezembro de 2016



O almoço de Natal é tradicionalmente mais desmantelado porque há outras famílias para assistir. Por enquanto, tenho esta, na noite de 24 e no almoço de 25. À tarde, vamos dar uma volta. O ano passado foi assim. Este ano também, mas junto ao rio. Na manhã de 26, ainda me aventurei a ir de bicicleta comprar o bilhete do Expresso para regressar a casa, à minha casa. Há dois meses atrás, meti-me, pela primeira vez depois da doença, em cima de uma bicicleta mas ainda não me aventurava a ir para a estrada. Desta vez fui. E voltei! :)





Publicaram hoje as fotografias oficiais do meu encontro com o Pai Natal, na página do facebook Viver Milfontes. Fica aqui o registo!








segunda-feira, 26 de dezembro de 2016


"Sabes uma coisa?"
"O quê?"
"Eu voo!"



Desde que me conheço que respeitamos o ritual de esperar pela meia-noite, a ansiedade, a expetactiva, a excitação, o saber esperar e preencher esse tempo com todos estes ingredientes. A capacidade para a espera está cada vez mais escassa nos dias de hoje, em que impera o imediato. 

Tenho para mim que esta capacidade para esperar - neste ritual ou em qualquer situação do dia-a-dia - está ligada diretamente a outro ingrediente essencial à vida: a esperança. Eu até acredito que quanto menos capazes formos de esperar, menos capacitados vamos estar para a esperança, que mais não é que a espera pela bonança

Voltando à consoada, aquelas duas horas entre o jantar e a abertura dos presentes são um tempo que não existe noutra noite do ano. Ninguém se disfarça de Pai Natal, sabemos apenas que existe - aliás, encontrei-o durante o dia - mas temos entretenimento. Este ano a Joaninha fez um sorteio de uns bombons pela família (última das fotografias acima) e depois, juntamente com o pequeno Tomás, apresentou-nos a peça de teatro: A Rena Voadora. Este ano os fantoches de papel foram a inovação. Seguiram-se as cantorias alusivas ao Natal e muitas gargalhadas por parte do público. Contámos em conjunto 3 vezes até 60 - os 180 segundos que faltavam para abrir os aguardados presentes - com a velocidade que pede que o tempo passe depressa! E depois foi a alegria que já se sabe, de miúdos e graúdos. 

Impagável a simplicidade das crianças, principalmente se nos deixarmos ir no seu tapete voador. E, como os adultos se esquecem de voar, estes momentos são também a consolação de corações tantas vezes apertados que se atrevem a sonhar.





domingo, 25 de dezembro de 2016


Foi um mês cheio de obstáculos mas o Natal tradicional acabou por sair! Estive quase para meter os meus pais com febre a caminho "da Lapónia", mas lá se empinaram! Já chega de doenças!

Gosto do Natal e do ritual. Da escolha dos presentes à decoração, passando pelo convívio familiar, pela comida que adoça o espírito até à produção de todo o evento que constitui a noite da consoada. Como a cozinha fica com a mãe, a tia e as primas, ocupo-me da decoração da mesa e dos últimos embrulhos. Não faço planos nem compramos nada para o efeito. A ideia é agarrar no que há em casa e inventar. Já tinha visto algumas coisas na televisão e nas redes sociais, por isso foi procurar um jarro, copos, folhas do jardim, adereços da árvore da Natal e da decoração que já tinham em casa, guardanapos que sobraram do ano passado e pôr mãos à obra. A neve, por exemplo, é feita de sal da máquina de lavar loiça! A Joaninha, que tem 9 anos, quis fazer umas estrelas em tecido que segurassem os guardanapos e coube ao meu pai a tarefa de passar a tarde a cortar 12 estrelas, o número de pessoas à mesa, enquanto ela finalizava os seus presentes DIY (do it yourself).

Houve bacalhau cozido, tradicional, mas também bacalhau espiritual para os mais gulosos. Depois a mesa dos doces, enquanto a Joaninha também nos presenteava com uma surpresa que tinha preparado mas conto mais amanhã! De-coração, sem dúvida! 



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016


Há 4 anos atrás. estava marcado o "fim do mundo", o tão falado 21/12/2012! Eu estava a começar a fazer quimioterapia pelo que marcaria mesmo o fim de um mundo como eu o conhecia até então. Para além disso, simbolizava para mim a derrota por me ter rendido aos tratamentos convencionais. Era mesmo o fim de uma vida que ficou para trás daquele momento. A Ana postava no meu facebook que seria um "novo começo". 



Este ano, estando ela a atravessar um momento díficil - um Natal de pé estendido na sequência de uma intervenção cirúrgica - resolvi registar mais palavras que me disse, desta vez, sobre ela própria. Publico porque ela tornou público:

Mas é assim que vejo a vida: fazer um gesto que faça alguém feliz ou ajude alguém! que esse alguém possa fazer o mesmo por alguém e tudo é melhor à nossa volta. mesmo com baterias a ir abaixo e pés no ar. e insónias.

Respondi-lhe: imprime e põe na parede! Às vezes é importante registar para quando nos esquecemos de quem somos e para onde vamos. Aprendi isto com este blog. Apalhaçamos muito, mas, às vezes, é a sério! 




Como é que tu vês a vida? E o mundo? Como te vês a ti próprio?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016


Natal, também conhecido por época do enfardanço! Jantares e presentes antes da consoada, dizia o L. que "Natal é quando o homem quiser!" e eu acrescentaria que "É Natal, ninguém leva a mal!" Pensei precisamente nisto quando ontem passei por uma senhora a cantar num palco de rua, num mini-mercado de Natal, tão divertida quanto desafinada! Fizeram-me mais velha do que aquilo que sou ou a minha memória mostra que sou mais velha do que penso que sou, porque não me lembro desta caixa de chocolates da Regina "vintage". E, pronto, o que faz uma pessoa que vive sozinha com tanto chocolate em casa? A borracha do "Mega Mistakes" já entra num terreno perigoso (eu? asneiras?), mas deve ser para apagar os efeitos nefastos do enfardanço! 



No jantar da Arte Move, animámos o "Páteo dos Petiscos"! E foi muito um bocadinho disto e muito mais! Estou muito contente por ter uma agenda de 2017 que inclui o mês de Dezembro de 2016. Já está on!





Legendas para a expressão da Paulinha Careto :P


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