sexta-feira, 24 de março de 2017

Terapias, terapeutas e terapeutizados


Cada vez mais acho que não são as terapias que curam, mas, sim, as relações terapêuticas através de um mediador terapêutico. Cada vez mais acho que nenhum remédio por si só tem grande valor se o movimento de cura não for carregado de intenção. 

1) A relação

Fiz duas sessões de acupuntura, no último mês, por exemplo, mas pouco de serviria ter as agulhas espetadas - que, ainda por cima, me fazem sentir dores e me remetem para as experiências passadas nos internamentos hospitalares - se não me revisse na terapeuta, não tivesse ali um lugar seguro e contentor e não me sentisse bem. E esta parte do sentir bem é o meu barómetro para saber se estou no sítio certo. Porque somos pessoas e, em última análise, a maior parte dos sintomas, a um nível mais profundo, existem num espaço relacional, interferem com as relações e condicionam a forma como estamos no mundo. 

2) A intenção

É verdade que há comprimidos que tiram dores mas também há os que é suposto tirarem-nas e não tiram. Não sei se agulhas espetadas por si só, nos meridianos corretos, fazem tudo. Ou fazem nada. Para mim, seja o que for que escolher fazer para o meu bem-estar é potenciado pela minha intenção. Posso juntar-lhe um pensamento, posso observar um sentimento, uma sensação. A consciência, a conexão e a intenção são as três fadas catalizadoras, as verdadeiras injeções da energia da mudança. Nem tudo exige consciência - ficaríamos loucos! A outra parte é fé, crença e devoção. Mas até a fé nos dá uma direção. 



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