segunda-feira, 27 de março de 2017

Aos 31 - A espalhar e a recolher



Facilmente vivo sem as coisas de que gosto porque preciso delas para saber que as gosto. Quando as experimento, lembro-me de que fazem parte de mim e que, por vezes, deixo partes de mim por aí espalhadas. Ainda assim, o que vou espalhando também vou recolhendo e, juntando as pecinhas, é aquilo que sou. 

Continuo a espalhar e a recolher… Às vezes espalho-me ao comprido, às vezes recolho lixos, mas reciclo e transformo para continuar o caminho.

Sou uma pessoa, aparentemente, independente. Aprendi a estar sozinha desde cedo e preciso dos meus momentos para mim, comigo mesma, onde me encontro com coisas de que gosto e em que penso e transformo. 

Mas sei que preciso de ajuda, de me aliar, para o meu potencial se manifestar. 

Aprendi a estar sozinha, porque muitos dos meus dias foram assim, mas sentir-me sozinha depende de outros factores. 

Sinto-me sozinha quando não consigo comunicar, sinto-me sozinha quando não me sinto compreendida, sinto-me  sozinha quando não são honestos comigo, sinto-me sozinha quando tenho de me desapegar… 

No fundo preciso do outro para sentir a solidão. Mas se calhar precisamos sempre do espelho para sentir seja o que for…

(escrito a 24.1.2012)




Foto 2017



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