quarta-feira, 21 de maio de 2014


Terça-feira, 20 de Maio de 2014

Esta foi a frase que ficou hoje da consulta com o Alain Jezequel. De três horas, fiquei com isto. E a confiança, confiança no processo. Confiança até na memória que apaga, que esquece, que pinta de branco as nódoas negras para que as preencha com as cores que quiser.

Tenho uma cabeça despistada que me diz todos os dias que não quer controlar tudo e que só dá conta do que lhe apetece porque a vida é para apetecer.

Tenho dores que têm medo do futuro mas que marcam o presente, para que não me esqueça de onde estou, de onde venho e para onde quero ir. Aonde quero ir?

O medo subverte-nos, faz-nos questionar até a nossa verdade, mas, se estivermos atentos, também nos obriga a regressar, regressar a pontos estagnados, tarefas incompletas, questões por resolver. E só regressando podemos avançar. Com ou sem medo, avançar.

É diferente ter medo e ser medo. Quando somos medo, deixamos de ser o que somos para ser o que quiseram de nós. Quando temos medo, temos mas continuamos o caminho. Continuamos o caminho.


segunda-feira, 19 de maio de 2014


Domingo, 18 de Maio de 2014

O Projecto Curação juntou-se à Arte Move na organização de um flash mob que visa apoiar a Associação Princesa Leonor - Aceita e Sorri (que ajuda crianças com cancro e suas famílias). Já foi o primeiro ensaio e foi assim, espectacular! (ver fotos) Contamos com mais pessoas no próximo e último ensaio no próximo domingo!









Sábado, 17 de Maio de 2014

Quando alguém me procura com alguma doença ou queixa física, eu encaminho para este especialista, Alain Jezequel, biopsicoterapeuta, que associa processos biológicos a emocionais. Ajuda-nos a desconstruir os sintomas até que eles percam a sua força e a sua função e desapareçam.

"Cada doença é como cada um de nós: específica, resultado da nossa história particular, do nosso relacionamento com o meio, do relacionamento connosco, da forma como gerimos as frustrações, as rupturas da vida e ainda de experiências prematuras vividas de forma traumática."

"A TSB propõe que o doente concentre a sua energia na identificação dos momentos decisivos que estão na origem do sintoma."

Hoje fui uma tertúlia sobre a TSB e, na 3a feira, tenho consulta para entender os meus sintomas actuais. Depois partilho.

sexta-feira, 16 de maio de 2014


No dia 13 de Fevereiro, iniciei a minha participação no Campeonato de Escrita Criativa, como vos disse aqui. Terminou no dia 28 de Abril e, em 118 participantes, fiquei em 14º lugar. Foi uma experiência nova. Todas as semanas tinha um desafio e tinha de responder com um texto de 400 palavras (máx.). Vou partilhar aqui alguns dos 10 textos que escrevi para este fim. Vou começar pelo da penúltima jornada, porque é o único que fala do cancro e porque acho que preciso de me religar a esta energia de cura, de capacidade de transformação e de dar a volta ao texto.

Desafio

Cometeu um erro imperdoável. 
Escreva um texto que pudesse fazer com que, ainda assim, fosse perdoado.
(máximo: 400 palavras)

Há coisas que não se devem dizer logo à primeira, correndo o risco de deixar, à partida, impressões digitais impossíveis de apagar, no coração de quem nos conhece. Assim, convém ir devagar e optar por pegadas na areia, a serem levadas pelo mar, por uma segunda oportunidade de amar. À nona semana já posso abrir o jogo, até porque o jogo vai terminar de qualquer forma (mas não de qualquer maneira, porque nunca a maneira será qualquer).

Já fui doente terminal, daquelas de terminar com a doença. Daquelas que sabem que, depois do estadio em que se encontram, a próxima estação é o fim, mas que não vê o fim à vista. Ou não quer ver. Está lá um fim, mas - do quê - é outra história. Então, sendo assim, decidi contar esta história, a história de quem enganou o fim e o transformou no princípio.

Quando uma má notícia chega, ela vem desarrumar-nos. Só por si, a notícia chega como tem de ser: como uma bomba! É como se dissesse: venho terminar-te porque isto está tudo errado. E, como só oiço o que me interessa, penso: deves ter-te enganado, porque aqui não mora ninguém. Mentira. Mora alguém com todas as forças mas é melhor dizer que não estou em casa e fingir que estou a dormir. Entretanto explodiu e… não há nada a fazer. Morri.

Pouco interessa ordenar-me com tempos verbais e pontuação adequados, porque foi a grande confusão. Não gosto de guerras, não quero nada disto. Entre a guerra e a paz, o maior erro que cometi foi o de enganar o pensamento e escrever a história como a queria contar, como queria que a ouvissem e como queria que ma contassem. Como diz a canção, à minha maneira.

Devo um pedido de desculpas ao Sr. Cancro, por lhe ter dado a mão e o ter ajudado a atravessar a história da minha vida. Não era suposto. Ele vem para ser atropelado e eu paro para ele passar? Como está Sr. Contente? Como vai Sr. Feliz? Diga a gente, diga a gente como vai este país

Neste meu país ia o caos, a crise. E, para dar a volta ao texto e fazer do fim o princípio, este senhor deixou-me impressões digitais impossíveis de apagar, paixão arrebatadora das que não sabem o seu lugar. Perdoe-me se o abandonei, por uma segunda oportunidade de amar... 

398. 399. 400.

Post Mortem. Renasci. E, se a vida me perdoou, vocês também me vão perdoar, com toda a energia dos Xutos, à vossa maneiraaaa… Por uma segunda oportunidade de viver… 

quinta-feira, 15 de maio de 2014


O Curação apoia esta causa. Juntamo-nos à Arte Move na organização deste evento, que terá lugar no âmbito das comemorações do dia da Criança da CMC (Cascais) e pretende divulgar o trabalho da Associação Princesa Leonor - Aceita e Sorri, que apoia crianças e jovens com cancro e respectivas famílias. 

Vamos dançar com quem quiser juntar-se a nós. Vamos ter dois ensaios, 18 e 25 de Maio. As inscrições têm lugar através do email artemove@artemove.com. Junta-te a nós, já no próximo domingo, às 10h, nas instalações da Arte Move!

Quarta-feira, 14 de Maio de 2014


E hoje foi mais um dia de consulta, que agora faço de 3 em 3 meses, para análises e observação clínica.
As análises estão óptimas, mas eu não estou convencida, por conta de alguns sintomas que tenho tido. Não consegui nenhum exame adicional, mas fui referenciada para a consulta de otorrinolaringologia. Enquanto isso, vou-me focar na curação e naquilo que poderá estar na origem dos sintomas: nós na garganta, coisas não ditas, irritação e outras coisas semelhantes que se prendem com padrões antigos que me revisitam continuamente. Não há evolução que não tenha regressões, paragens, saltos e tropeços. É para a frente que vamos!

Hoje festejo o meu fígado continuar rijo e com os valores no sítio, depois de, há um ano atrás, ter optado por interromper a toma diária do anti-fúngico que tomava desde Janeiro de 2013, por conta de uma infecção que contraí na sequência do primeiro ciclo de quimioterapia. 

Hoje agradeço às pessoas que torceram por mim e que me enviaram energias positivas, não só pela expectativa do resultado desta visita ao médico, como por saberem que me encontrava ansiosa.

Hoje escolho focar-me nas coisas boas e não no medo.

Quando temos medo... 

O amor em primeiro lugar!


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