terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Gestão de Recursos - ainda as resoluções



É muito fácil fazer resoluções para o ano novo mas foi preciso entrar mesmo no ano, passar as primeiras alegrias e as primeiras dificuldades para conseguir perceber qual o mote do meu 2017. É um ano de gestão de recursos, um tempo para gerir corpo, mente e alma, de forma a que o balanço seja positivo e o ano seja, dentro dos possíveis, equilibrado. Ou que eu consiga equilibrar-me no arame. Gestão de quê? 

Tempo - Que eu consiga respeitar os vários tempos, entre trabalho, descanso, lazer e projetos pessoais, sem pressa. Sem parar e devagar. Já percebi que estou como um pc atolado: se for muito depressa, vai crashar. O meu ritmo não é o ritmo do outro. 

Energia - Sendo que a minha energia é flutuante, importa gerir a energia que ponho em determinadas coisas, de forma a conseguir percorrer um caminho, de A a B. Tenho de aproveitar os dias em que estou bem e com mais energia, aceitando os outros em que devo desacelerar. Devo aprender a dar 75% de corpo, porque os outros 25% são de coração. Quando aprender isto mesmo a sério, talvez passe a 25% de corpo e 75% de coração e o desgaste diminua drasticamente.

Sintomas - Pode ser que os sintomas que vou tendo estejam ligados à gestão da energia, mas o mais importante é conseguir fazer escolhas quando os sintomas se apresentam. E às vezes não é tão fácil, quando se está farto de hospitais e médicos. O mais importante é saber ouvir o corpo e não resistir, o que não é fácil porque toda a gente à volta diz o contrário. No mundo da dança ainda é mais ingrato, porque se assume que sofrer faz parte e é desejável. No meio de infeções e afeções várias, os meus músculos até vão relativamente bem, obrigada. Tudo junto, é uma dor só, uma dor que é preciso reparar; que mais ninguém vai entender, porque é minha; que não me define mas, por vezes, acaba por me ultrapassar e, perigosamente, me representar.  

Expectativas - A ordem com que escrevi os tópicos foi a que a memória decidiu, mas vão todos encadeados uns nos outros. A gestão das expetativas em relação à minha saúde e também aos projetos profissionais e pessoais, mas, para já, em relação à saúde. Pensar que, na semana seguinte, é que vou estar boa de uma infeção, para depois vir outra maleita e depois mais outra... é esgotante. Por isso o melhor é ter fé, mas não criar expetativas - respeitar e aceitar o processo. Na gestão das expectativas também entram as dos outros e a certeza de que muito do que esperam de nós, mesmo que seja da sua responsabilidade, também tem que ver com a imagem que transmitimos e com a imagem que temos de nós próprios.

Emoções - Pois, entramos na gestão das emoções, que está tão em voga. Aqui são várias coisas. Por um lado, não deixar de as manifestar, mas, por outro, reservar-lhes um espaço que não me exponha demasiado. Confuso? Contraditório? É que o povo não está preparado para grandes catarses, a sociedade está cheia de estigmas e a vulnerabilidade está só na moda dos discursos, mas não dos agires - só queremos boas energias à nossa volta! Qual é a resposta certa a um "Tudo bem?" Eu digo-vos: "Tudo!" Em relação a mim, gerir emoções passa por permitir que cheguem e deixar que vão. Um dia dedico um post à ansiedade e ao stress pós-traumático, coisa que no meu caso está muito conotada com o corpo, as somatizações e a minha atual tolerância à própria experiência de adoecer. 

Finanças - Ora a gestão financeira... Pois, sendo que tive de reduzir drasticamente o número de horas laborais nos últimos meses, devido a insónias e sintomas consecutivos, é ir gerindo carga horária, "PVP" (rendimentos) e despesas, de forma a dar para tudo, sem grandes apertos. Mais uma vez, confiar. E há que chegar para as férias que também são tempo!

Competências - Quero dizer gestão de capacidades e competências no sentido do potencial criativo que deve ser utilizado e não deixado guardado em gavetas. Onde utilizar o quê, onde, com quem, como? Aqui entra também a gestão de projetos, incluindo este. O marketing digital não é a minha praia, mas lá tenho de mergulhar na gestão de visualizações, com partilhas  e escrita regulares para manter o blog em velocidade constante. E a Rita em velocidade interessante e interessada/motivada. 

Pessoas - Gestão dos recursos humanos da empresa da nossa vida! Quem chega, quem fica quem vai? Mas o mais importante é cuidar. Sempre. 


E viver cada mês como se fosse o primeiro do ano - no último, já estamos demasiado cansados. Mas há dias que vão sempre parecer o último mês do ano.

Fotografia Instant Bulb

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