Dedicado à minha amiga D. que esta semana está "hospedada" no IPO, porque as noites às vezes são maiores do que os dias...
NOITE
(Julho 2013)
Na noite de
ti, tudo vale. É o vale tudo da lua pela metade.
Metade
escondida, metade perdida. Tenho medo, quando de dia sou coragem. Tenho
coragem, quando de dia sou medo. É o terror do dia em suspenso.
Conta-me
histórias em sonhos sem fim. Perseguem-me fantasmas, sombras de mim. Na noite
calada, há gritos aflitos. A calada da noite é a tagarela dos mitos.
Conta-me a
verdade do que sinto, mas despacha-te! Não te alongues em palavras mal-amadas.
Leva-me ao
baile sem máscaras, mas despacha-te! E não me deixes sem par, a divagar.
Ah, não
adormeças primeiro e sem canção de embalar!
Conselheira
do dia, sabes tudo sem tudo saber, podes tudo sem tudo poder, queres tudo sem
tudo querer, vences tudo sem contudo convencer!
Não sais do
corpo, mas o corpo sai de si. Fico fora de mim. Vem buscar-me e devolve-me ao
dia. Amanhã já é hoje. E hoje é outro dia.
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