Nos tempos difíceis, há como que um update das amizades, uma arrumação da gaveta dos laços e um
ressuscitar de ligações perdidas. Há aqueles que se aproximam numa
identificação com o mundo dos aflitos e os que se afastam com medo que a
aflição se pegue. Tudo se restrutura naturalmente (ou não tão naturalmente,
dadas as circunstâncias). No final, tudo volta à normalidade: há aflitos que se
desafligem e desaparecem do mapa, há outros que tratam de permanecer – não vá o
Diabo continuar a tecê-las – e os outros que não entram nesta categoria porque
estão sempre lá, na saúde e na doença. Todos são importantes, mas mais
importante é acordarem o seu lado amoroso e que este se sobreponha ao medroso:
que a aproximação seja mais um ato de amor do que um ato de medo (neste caso, da
perda).
Com a família acontece o mesmo! De repente, avaliam-se
prioridades e os laços de sangue ganham mais importância do que egos e umbigos
de costas viradas. Não só ganhei mais família como a família também ganhou mais
família. Quando se reúnem, todos se lembram de como são importantes uns para os
outros. E se a união faz a força, a re-união re-força-nos e torna-se maior do
que a soma de cada parte que andava metida na sua vida. Desconfio de que cada um
volte à sua vida, mas ganhamos mais uns dias de celebração dessa mesma vida
pelo caminho. Juntos.
Da minha parte, entre família de sangue e família de amigos,
já tinha dito que representavam gotinhas de amor nas minhas veias (quando é de
amor que se trata)!
Tchim tchim! À nossa!
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