A macrobiótica não é uma dieta, apesar de a prática alimentar ser transversal à sua filosofia. Tampouco existem alimentos proibidos, simplesmente alimentos que são mais ou menos aconselháveis segundo as diferentes condições de vida e objectivos pessoais. Dum ponto de vista alimentar, a ideia subjacente é de que o ser humano tem características e necessidades biológicas específicas e os cereais, vegetais e leguminosas satisfazem essas características básicas, não sendo no entanto a base exclusiva da alimentação.
Para mim, no entanto, o objectivo da prática é o desenvolvimento da consciência humana e capacidade de vivermos plenamente a vida diária em todas as suas vertentes: biológica, emocional, intelectual, social/ambiental e espiritual.
A responsabilidade pessoal é uma premissa essencial: somos os criadores da nossa vida através das escolhas que realizamos diariamente, escolhas essas que acabam por influenciar inexoravelmente a comunidade que nos rodeia e todo o Mundo em que vivemos.
Viver com compaixão, considerando o efeito que os nossos actos têm no Mundo à volta é inequivocamente uma das formas de obter uma Grande (Macro) Vida (Bio).
Francisco Varatojo
Não só fui a uma consulta com o Francisco, como frequentei um workshop de iniciação à Culinária Macrobiótica no Instituto Macrobiótico de Portugal, no Chiado, com o chef Marco Fonseca, oferecido por uma grande amiga. Se só faço alimentação macrobiótica? Não, mas utilizo muitos dos princípios e principalmente abuso dos cereais integrais, em vez de pão, massas e doces. E não quero outra coisa!
No que diz respeito à alimentação, há muitas dietas disponíveis no mercado da nutrição e vários protocolos alimentares para enfrentar doenças ou manter um estado saudável. Na minha opinião, não há a certa. Acho que há princípios em que estamos praticamente todos de acordo em relação ao que não nos faz bem, mas depois há variantes em cada uma delas e o mais importante é que se adapte à pessoa que a pratica. E que seja praticável, transportável para o dia-a-dia.
O Francisco e o Marco venderam-me muito bem a Macrobiótica, não só pelo conteúdo do que transmitiram como pela forma como o fizeram, porque a forma está relacionada com a filosofia e a ciência por detrás do que escolhem comer. Há coerência e espaço para se ser criativo.
Numa fase de difíceis escolhas, porque foi a semana em que tive de decidir relativamente ao transplante e futuros tratamentos, foi uma semana muito divertida, em que a hora do curso era a hora em que me lembrava de como é bom ser normal e saudável, aproveitar os momentos e estar com pessoas fantásticas, e que era sobretudo essa a minha escolha.
Com a minha amiga aprendi que a generosidade é um dom que nos assiste, mas que não vale se não lhe assistirmos, ou seja, ser generoso para os outros e não para si mesmo é batota. O workshop foi apenas para nós as duas, oferta dela.
Com o Marco, aprendi que é possível viver-se do que se gosta e gostar-se do que se vive. Aprendi o entusiasmo e a magia de estar em sintonia com o que se é. (E umas receitas!) Guardo duas frases tuas em contextos diferentes: "Não precisas disso." e "Vai correr tudo bem."
Um dos menus: sopa de lentilhas, tofu mexido/cuscus com canela/legumes salteados e tarte de maçã
Eu, o Marco e a Vanda, no último dia (2 de Julho de 2013)
Pequeno-almoço diário. Na foto, meu e da Dani, minha amiga futura ex-carequinha:
Creme de arroz, cevada e aveia (em grão)
E tudo corre bem...
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