Um dia, o meu grande amigo Djam acorda com uma ideia, a meio do dia já está tudo no papel e, no final do dia, no face e pelo mundo fora. Será que a tua sombra te consegue acompanhar? Sim, conta comigo! Sim, eu sinto-me parte integrante da Acarinhar, Associação das Famílias e das Crianças com Paralisia Cerebral (Praia, Cabo Verde) e tudo o que puder fazer daqui para aí só valida a sementinha que deixei nesse grupo tão querido, mas será sobretudo a minha retribuição pela sementinha que deixaram em mim. E porque não gosto de abstratices e clichets - tudo o que escrevo advém da experiência pessoal e directa - tenho de concretamente referir que ter trabalhado com três grupos (três associações) de pessoas portadoras de deficiência se traduziu numa mais valia pessoal durante estes últimos meses. Ter sentido na pele o (verdadeiro) défice existente na acessibilidade em vias e locais públicos, ter-me deslocado tantas vezes em cadeira de rodas, ter deixado de ter a mobilidade que tinha, fez-me recordar os sorrisos com que tantas vezes me premiaram estes meninos, sem nunca me perguntarem "por que nasci/fiquei assim?" E só agora senti a riqueza desta aprendizagem. Também não me prendi a estas questões, nem me fariam sentido, porque, se a dança é inclusiva, eu incluo-me na dança esteja em que condições estiver. O que faz sentido sim é que, no meu caminho e na história que escrevi e escrevo todos os dias, é assim. Assim foi.
Encontraram o Wally?
Aqui (em baixo) fica o Wally sozinho, desta vez com música de Emir Kusturica "When Life is a Miracle"... porque a vida não permite ensaios ou porque cada momento é apenas um ensaio do que havemos de fazer cada vez melhor. Para a Acarinhar, para a Cindy e para a Marta!
Adorei, e agradeço ao homem sem blogue http://homemsemblogue.blogspot.pt/2013/09/curacao.html) ter descoberto este tesouro e partilhado connosco.
ResponderEliminarObrigada por esse momento de rara beleza e partilha.