No outro dia encontrei o Juca no IPO. O Juca é caboverdiano e estava em Portugal há 4 anos, quando adoeceu com leucemia. Apenas tínhamos falado ao telefone, depois de me terem falado nele e na situação em que se encontrava, a aguardar dador compatível para transplante. O seu irmão Ja-ja, que veio há 6 meses de CV, pergunta-me:
"Tu não eras dos KDM? Do videoclip do cais?"
Opah, qual é a probabilidade de ser reconhecida praticamente careca, num hospital de Lisboa, por um trabalho feito com uma grande cabeleira na cidade da Praia, há um ano atrás? A verdade é que já estava de baixa, doente, quando fiz estas fotografias e este vídeo e, duas ou três semanas depois, estava carequíssima, bem longe desta realidade, a não ser pela presença dos KDM continuar a seguir-me durante todo o hibernamento. E aqui está a prova!! Energia KDM para me manter bem conetada, do primeiro ao último dia!
Esta seringa, por exemplo, era utilizada quando tomava o Aciclovir em xarope, nas alturas em que não podia comer e engolir comprimidos por causa da mucosite. E os ciclos repetem-se... Neste caso, a vantagem de alguns símbolos e sinais se repetirem é a de, nas alturas piores, nos manterem sempre recordados da vida como ela era e poderá voltar a ser, embora numa versão mais recente, em upgrade permanente. Kriol Dance Movement é empowerment, criatividade e (im)permanência. Assim é. Assim sou.
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