O 75º dia deste blog, que há de ter 365, merece uma celebração. Ou várias. Este espaço foi criado, como referi no primeiro post, com o objectivo primeiro e último de me manter feliz. Porquê escrever? Porquê todos os dias? Porque mantém a minha atenção na cura, no ser saudável, no meu SER. Ah e tal inspirar e ajudar outras pessoas... Sim, é verdade que a ideia do blog surgiu da constatação de que a partilha da minha experiência tinha um impacto positivo na vida dos outros, mas não posso dizer que este projecto é um acto altruísta e voluntarioso da minha parte, porque eu preciso mais dele do que vocês que o lêem. A parte da inspiração que pode ter para algumas pessoas pode ser uma consequência mas nunca o fim deste projecto.
Qual a importância do outro - vocês - neste processo? É o papel de interlocutor, questionador, apoiante e amigo. Tudo isto ganha mais força e sentido dentro de mim se houver interlocutores, perguntadores, palavras amigas e de apoio. Por isso, hoje celebro dois meses de sucesso, que se traduzem em saúde no resultado das análises que fiz hoje no IPO (Instituto Português de Oncologia) de Lisboa.
Este blog começou no dia 1 de Setembro e as análises do dia 5 do mesmo mês mostravam um fígado muito afectado pelos tratamentos, com valores ainda alterados. Fiz a opção de não fazer tratamento nenhum no espaço destes 2 meses, nem químico nem natural, e resumir-me à parte mental - até na alimentação quebrei as regras - mantendo o foco naquilo que acredito ser a maior fonte de saúde e de doença. Hoje, 13 de Novembro, os valores do fígado já normalizaram e as análises estão "óptimas".
Este espaço mantém-me no caminho, não permite que me distraia com tanta gente a tentar travar-me sob a desculpa de querer o melhor para mim. O discurso dessas pessoas não me pode distrair. Já me basta lidar com os meus medos, não preciso que me incentivem a bloquear ainda mais o curso das minhas coisas, o regresso à saúde e à vida real. Se esperavam outra coisa ou era suposto outra coisa por me ter sido diagnosticada uma doença grave e supostamente terminal? Pois, se os meus pre-supostos são outros, os meus supostos também o são.
Ter uma doença não significa necessariamente ser doente. Querem liberdade? Libertem-se!
Para celebrar fui ao teatro ver "As Centenárias", uma peça sobre a Morte para celebrar a Vida! (No Teatro Meridional até Domingo, 17/11)
"E era uma vez... lá vem a morte, outra vez" (Natália Luiza, encenadora da peça)
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