(imagem Google)
E no dia 7 de Dezembro de 2012, lá fui eu para casa, com o Cancro, um inquilino novo na minha vida! E com uma boa de uma dor de dentes!
Durante o fim-de-semana fiz uma sessão de limpeza do cólon e fui a uma urgência no dentista, que disse que não podia fazer nada, mas a fazer teria de ser antes da quimioterapia. As crises de dores no corpo acalmaram e as hipóteses permaneciam em aberto, até ao dia 10 de Dezembro, dia em que entrei no IPO.
Faz hoje dois anos que conheci a Dra. Francesca, fui brindada com uma pavorosa biópsia à medula, um diagnóstico de linfoma não-hodgkin estadio IVB - acho que no Hospital de Cascais me devem ter dito estadio inicial para me ir mentalizando - e fui internada para entrar no filme mais marado da minha vida. Tudo neste dia 10.
Não queria ficar internada, queria saber outras opiniões, consultar a medicina alternativa, pensar, sentir e processar o que estava a acontecer, mas disseram-me que tinha de fazer uma transfusão de plaquetas sob pena de sofrer hemorragias internas caso não o fizesse e ficar internada. Liguei a uma amiga que me deu o contato de um homeopata e este disse-me para fazer o que os médicos dissessem. E assim foi... Caiu por terra o que eu dizia "se um dia tiver cancro, não vou fazer quimioterapia!" Não sabia que uma transfusão de plaquetas não requere exatamente internamento e que só ia voltar a respirar o ar da rua em 2013.
Em Portugal não há verdadeira medicina alternativa, há medicina complementar e todos os livros que eu lia eram internacionais. Hoje acredito que seria diferente, mas sobretudo que foi como tinha de ser.
"Rita, entrega-te, está na hora de deixares que cuidem de ti, de receber." dizia uma voz algures dentro de mim. Não sabia bem o quê ainda.
Lá fiquei, inconformada e cansada. Não me lembro de nada dos primeiros dias, apenas de pedir informação escrita de fármacos e efeitos secundários do protocolo que me iriam aplicar onze dias depois. "Sim, já trazemos." Ainda não chegou.
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