quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Girls Lean In - Carolina Almeida Cruz


Ontem fui pela segunda vez assistir a uma palestra do projeto Girls Lean In. Já tinha ido o mês passado conhecer a história da Catarina do Ties Project, blog que sigo agora com atenção, e ontem fui conhecer a Carolina da Sapana. Não vos vou falar destes três projetos. Vou-vos dizer o que trouxe de mim do encontro de ontem. Encontro traduz-me melhor o que vivenciámos do que palestra.

A Carolina não falou da Sapana, falou dela. Não vou falar dela, vou falar de mim. É este o poder da inspiração. Portanto, se não querem questionar ou "mexer" nas vossas coisas, não vão ao Girls Lean In!

Já disse aqui que sou uma pessoa de perguntas e não de respostas, assim como sou uma pessoa mais de ouvir do que de falar, o que não quer dizer que não responda e não fale, mas que aprendo mais a questionar e a ouvir.

Sou uma insatisfeita feliz, diria eu, porque a minha definição de felicidade está na ideia de me cumprir e ser EU e porque as dúvidas e os medos são para a vida toda. A vida é impermanência e, como tal, emoções, mudanças, eventos, pessoas e afins fazem parte mas não determinam a minha felicidade ou infelicidade porque eu sei que estou no caminho em que tenho de estar, o mEU. Infeliz era eu quando achava que estava no planeta errado, quando pensava que devia ser diferente do que era e quando dividia o mundo em defeitos e qualidades, defeitos em mim e qualidades nos outros. Já estive aqui. E vou revisitando este sítio de vez em quando - oh, tantas vezes! - para não me esquecer de onde quero estar.

As respostas são ótimas para trazerem mais perguntas! Aprendi com a doença que, se não for eu própria, vou andar pela vida a marcar passo ou, na melhor das hipóteses, desencarno em três tempos porque o mundo não vai ganhar nada em ter-me por aqui. Aprendi que, se nasci inconformada, não convencional e "a ver coisas que os outros não vêem", é porque é exatamente esse o meu contributo. Se ainda assim não nasci com energia masculina, marciana e guerreira suficiente para ir para a rua fazer a revolução, porque tenho uma natureza demasiado conciliadora e sofro muito com conflitos, é porque é exatamente assim que o mundo precisa de mim, para plantar sementes no pensamento e apaziguar corações. Porque a minha grande revolução é interior.

A Carolina vem de Marte e foi esse o seu maior contributo para o meu caminho. Primeiro assusta-me e depois conquista-me. Lágrimas e sorrisos. Fracassos e sucessos. Pontos frágeis e potencialidades. Se fizesse uma análise SWAT da Carolina ou de mim mesma ou de cada pessoa que estava naquela sala, o resultado seria diferente mas a magia seria a mesma, a de o poder estar do lado de quem sonha, porque a paixão é provavelmente a peça que falta a quem se sente sem alternativa e sem rumo. E não ter rumo também faz parte do caminho de quem tem rumo.

A vida é tão difícil e assustadora como mágica para quem se inclina e arrisca. Despertar consciências e empoderar está na missão da Carolina, chame-se Sapana ou outro projeto qualquer. Quem descobre quem é já não pode ser mais ninguém. Quando a missão é visceral e também nos define, é difícil estabelecer fronteiras como tempo e espaço. Intemporal. Impagável. Imaterial. Imaginável. Inorme!

Grata! Obrigada Carolina, Andreia e Inês, por me devolverem tudo isto!








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