domingo, 12 de outubro de 2014

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos


Não vou falar necessariamente de cuidados paliativos mas da mulher que foi a pioneira dos cuidados paliativos nos EUA e mudou a forma como o mundo encara a morte e o processo de morrer, Elisabeth Kubler-Ross, nascida na Suíca. Li o seu livro biográfico numas poucas noites. Foi tão fascinante e envolvente quanto perturbador. Uma história de vida sobre várias histórias de morte. 

Como é que esses gansos sabem quando hão-de voar até ao Sol? Quem lhes diz as estações? Como é que nós, os humanos, sabemos que é tempo de seguir em frente? Como sabemos quando partir? Tal como acontece com as aves migratórias, existe na realidade uma voz no nosso interior, desde que sejamos capazes de a ouvir, que nos diz com a mesma certeza quando nos devemos lançar no desconhecido.

Uma mulher que partiu do terreno (em cenário de guerra) para a escola médica: o seu ponto de partida nunca deixou de ser o humano em prol do técnico. 

A medicina tinha os seus limites, um facto não era ensinado na escola médica. Outro facto de não se ensinava lá: um coração afectuoso pode curar quase tudo. Alguns meses no campo convenceram-me de que ser-se um bom médico não tem nada a ver com anatomia, cirurgia ou a prescrição dos medicamentos correctos. A maior ajuda que um médico pode dar a um doente é ser um ser humano bom, cuidadoso, sensível e afectuoso. 



Esta psiquiatra desenvolveu o modelo Kubler-Ross sobre o luto e a adaptação à mudança, identificando vários estádios pelos quais passamos quando somos confrontados com o evento que nos veio modificar a vida. 


Estes são os estadios do luto que podem estar presentes perante qualquer evento ou crise que nos exija deixarmos o passado, aceitar a mudança e seguir um caminho diferente, seja por morte, divórcio, doença, acidente ou outras situações desafiantes. Nem toda a gente tem de passar pelos cinco estadios nem tem de ser necessariamente por esta ordem. Em baixo, a "montanha russa da mudança", segundo este modelo:





A maior mudança que podemos enfrentar é a morte, a dos outros e a nossa. Hoje, 11 de Outubro (o post vai ser publicado no dia 12), consciencializa-se para a importância dos cuidados paliativos e para o apoio às pessoas que se preparam para a maior mudança das suas vidas, para que o façam da forma que mais as representa e dignifica. 

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