sábado, 2 de maio de 2015

Rumo a Leiria #2


Estou com algumas dificuldades em fazer este post porque: gosto de manter as coisas especiais fechadas a 7 chaves para não perderem a magia, mas também sei que é preciso largá-las aos 7 ventos para que se cumpram; adoro palavras escritas mas às vezes não chegam e outras vezes distorcem.

Fui ter com a Marine para lhe dar um abraço que dissesse "Vai correr tudo bem!", "Obrigada!", "Não desistas!", "Sei mesmo sem saber nada.", "Gosto de ti!" e por aí fora... Um abraço por entender a resiliência, a exaustão, a missão, as 7 vidas, os 7 fôlegos, as coisas que têm de ser porque têm a força do que tem de ser, seja lá por que razão for que, ao mesmo tempo, nos é alheia e nos é imputada. Um abraço porque sei que os projetos são apenas ferramentas e caminhos mas não são o fim nem o princípio. O princípio é estar. O fim é ser. O meio é viver. 

Quando me faço à estrada, a viagem é muito maior por dentro do que por fora. Gosto de o fazer de quando em vez. E o campo é assim onde mora a terra, onde estão as raízes, onde as árvores fazem a ponte entre a terra e o céu, onde todos os chakras se realinham e as auras se limpam. 

Não falámos de cancro, só falámos de amor. Tão engraçado reveres-te em tanta coisa minha quando me sinto tão longe ainda de ser genuina como te vejo a ti, mas, ao mesmo tempo, na minha cura em construção, acho que é o que estou a encontrar, essas partes perdidas em mim que se vão despindo de preconceitos. Já não quero ter de. Só quero estar onde na verdade sinto que estou. Porque a história do Variações de só se estar bem onde não se está é só uma forma de uma pessoa não se cumprir em lado nenhum. E eu escolhi cumprir-me, com muita batota ainda pelo caminho, mas o mais importante é IR. 

E eu fui apertar-te e fugir contigo. Eu sei o que é questionar todos os dias. E sei que são os abraços que nos dizem que estamos no caminho certo. 

Uma parte é nossa. A outra entregamos lá para cima. Porque, se calhar, afinal, o único meio é amar.





Não disse nenhuma piada neste post mas, para ilustrar ou desconstruir, surgiu-me esta música (fado) aqui nas memórias, que tive de ir revisitar ainda na segunda linha e que me acompanhou enquanto escrevia. Acho que tem um bocadinho de muita coisa que me ficou do que falámos e há anos que não a ouvia!



Sete Pedaços De Vento

Cristina Branco 


entrego ao vento os meus ais
onde o desejo se mata
sete desejos carnais
que o meu desejo desata

meus lábios estrelas da tarde
sete crescentes de lua
que o desejo nao me guarde 
na vontade de ser tua

quero ser. eu sou assim.
sete pedaços de vento
sete rosas num jardim
num jardim que eu própria invento

sete ares de nostalgia 
sete perfumes diversos
nos cristais da fantasia
amante de amores dispersos

sete gritos por gritar
sete silencios viver
sete luas por brilhar
e um céu para acontecer

entrego ao vento os meus ais
onde o desejo se mata
sete desejos carnais
que o meu desejo desata

meus lábios estrelas da tarde
sete crescentes de lua
que o desejo nao me guarde
na vontade de ser tua

que o desejo nao me guarde
na vontade de ser tua

que o desejo nao me guarde 
na vontade de ser tua






          

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