sexta-feira, 19 de junho de 2015

Linfobabes #14


Rita e Dani. Já vamos para o terceiro Verão juntas. O nosso cabelo cresce e o amor também, mesmo com todos os dias mais difíceis pelo meio. Ela tenta meter-me a cabeça no sítio, eu tento tratar-lhe do coração inquieto, ainda que o meu não seja muito sossegado. Organização, diz ela. Confia, digo-lhe eu. E só o que me ocorre agora é recuperar este fado da Amália: Estranha Forma de Vida. É isto:

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda minha a saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
Tem este meu coração:
Vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
Coração que não comando:
Vive perdido entre a gente,
Teimosamente sangrando,
Coração independente.

Eu não te acompanho mais:
Pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
Porque teimas em correr,
Eu não te acompanho mais.

Falta aqui a linfobabe Sara, mas ela está sempre connosco de alguma forma e, hoje, vou citá-la, quando diz que, se perdêssemos o medo, "não conheceríamos a coragem. não doía. deixava de tudo de saber a valer-a-pena." 

Arte: Alan Silveira

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