Neste caminho, ponho muitas coisas em causa, as questões são mais que muitas, as dúvidas ainda maiores do que as perguntas... A única coisa que supera a dúvida é a convicção. Sobretudo a convicção de que o que tem de ser tem muita força, não porque o povo diz, mas porque é essa a força que me move.
O caminho é solitário na sua essência porque não há forma de alguém viver, sentir e fazer por mim o que só eu posso viver, sentir e fazer. É em si um caminho de amor em que a vida me pede que seja, ao mesmo tempo, a pessoa que ama e a pessoa que é amada, sujeito e objeto do meu amor, o próprio.
Não quero com isto desvalorizar a minha necessidade de ser amada pelos outros, mas esse é um direito que assiste a cada pessoa a quem dão a luz quando nasce. Gostava de sublinhar isto.
Numa cultura de tradição judaico-cristã, onde tanto se fala de merecimentos e castigos - os bons vão para o céu e os maus para o inferno - acredito que todos nascem merecendo o melhor e morrem merecendo o melhor. Diferentes escolhas levam a diferentes caminhos, mais ou menos difíceis, com diferentes resultados, objetivos e desafios.
A quem está a passar por uma provação na vida, posso apenas dizer que merece o melhor, seja o que for que fez até aqui. Merece o melhor. E a culpabilidade talvez seja o primeiro monstro a enfrentar no caminho da reconquista da vida. O que fiz de errado? Por que não fiz diferente? Merece o melhor. Escolhe o melhor para ti, para viveres da melhor maneira, para seres o mais feliz que está ao teu alcance ser. Mais nada. Porque só isto é tudo.
Dou por aberta a segunda parte desta minha aventura. De coração aberto.
(foto tirada hoje na Arte Move, no dia de aulas aberto ao público)
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