(a primeira imagem é da Psinove e a segunda do google)
Hoje fui fazer este workshop, direccionado a psicólogos e outros profissionais de saúde, na Psinove. Será que os terapeutas também cuidam da sua mente? Na verdade, levantaram-se e debateram-se várias questões neste sentido e os participantes sentiram o efeito do mindfulness logo no primeiro exercício.
O mindfulness integra a essência da meditação com a funcionalidade de que necessitamos para podermos assumir um compromisso diário - ou a cada momento - com esta técnica. Dá-nos exercícios precisos e de fácil reprodução que tornam a ideia da meditação, remetida para a espiritualidade e tida por vezes como algo transcendental, acessível a qualquer pessoa. E por que não chamar de espírito a este mundo interior de que fugimos tantas vezes?
Todos os conceitos que o mindfulness introduz, como a aceitação, o não-julgamento, a ligação ao momento presente e o aumento da consciência, não são novidade e existem várias abordagens e técnicas neste momento que apontam para este caminho, como uma necessidade que se manifesta de uma forma transversal, no mundo de hoje. É de facto mais do que um conjunto de exercícios e conduz-nos mais para um estilo de vida.
Eu posso arriscar dizer que tirei um curso em mindfulness - sem lhe dar este nome e sem saber os exercícios específicos - com a experiência do cancro. Aprendi por necessidade e experiência a viver um dia de cada vez, um minuto de cada vez, a ligar-me aos sentidos (cores, sensações, cheiros e sabores), a aceitar a vida como ela se apresenta e principalmente a mim como eu estou e sou. Desenvolvi algumas estratégias para lidar com a dor, a ansiedade e o medo e todas elas passam pelo foco no aqui e agora (num sorriso, numa conversa, numa partilha, num som, numa imagem), na aceitação e no desapego (lidar com o medo requer muito disto!).
Curiosamente e porque as aprendizagens são mesmo assim, dinâmicas e em construção, é muito mais fácil obedecer a estes mandamentos (orientações que cada um leva para a sua vida como lhe fizer sentido e se lhe fizer sentido) quando estamos completamente deslumbrados com a vida e não temos grandes compromissos a que dar resposta para além de toda uma cura pela frente (na minha perspectiva, para o que interessa dizer aqui, corresponde a cura pode corresponder a qualquer processo de desenvolvimento pessoal, que não tem de passar por uma doença, como foi o meu caso). Passado o período da paixão, interessa agora trazer esses elementos para um dia-a-dia com trabalho, contas para pagar, desafios constantes, efeitos secundários da quimioterapia e do processo da doença...
Rapidamente a vida passa a correr, em vez de andar, a engolir, em vez de saborear. E é tão fácil deixar a aprendizagem para trás... Retirei as duas imagens seguintes do google, porque me revejo nelas (ainda em ponto pequeno porque ainda não trabalho muitas horas, mas já dá para prever...):
Obrigada Psinove pela inspiração. Porque inspiramos, expiramos e voltamos a inspirar...
Sem comentários:
Enviar um comentário