Eis o desafio desta semana:
Antes fugir do que remediar.Explore esta ideia.
(máximo: 400 palavras)
Fugir é um verbo muito
menosprezado. É muito mais corajoso ficar, encarar e agarrar o touro pelos
cornos. Fugir é para os fracos, os que temem, os que metem o rabinho entre as
pernas e desistem. Foge! Abaixo os
fracos! Vou ficar aqui a bater com a cabeça na parede até gostares de mim,
porque assim não há forma sequer de a inteligência se fazer aparecer e valer.
Pois fugir é muitas vezes a prova
da maior das inteligências. Fugir do homem errado, do trabalho errado, do
ursinho polar ou do touro e dos cornos. É, pois, estratégia!
Se é preciso remédio, alguma
coisa não bate certo. Vou acrescentar
mais isto, vou dizer-lhe mais aquilo, vou fazer mais aqueloutro e acresce
toda uma lista de desculpas para ficar. Ficar. Ficar. Ficar até mais não, até
não haver mais ninguém de ti para contar a história! Até seres engolido pelo
papão! Alguém vai sair de barriga cheia e não és tu! Eu sei, é a adrenalina de
sentir o perigo eminente, a perspectiva de saires mais forte e o delírio de
eventualmente superares a tua fraqueza perante o bicho e a tua (pouca) força
para segurar nos cornos. A verdade é que há efectivamente bichos perigosos,
ossos duros de roer, lobos em pele de cordeiro e grandes furadas. Se não te
preveniste, foge!
Antes fugir do que remediar ou remendar. Médicos e costureiros em causa
própria, dediquem-se ao que sabem fazer e não inventem! Que grande xarope tu me
saíste! Fosse tosse o meu mal e estava curada. Melhor fugir enquanto é tempo,
mas melhor que fugir atempadamente, é FUGIR! Run forest run!
Fugir é humildade, quando
remediar é inferioridade.
Fugir é força nas
pernas-para-que-te-quero, quando o remédio é para os doentes.
Fugir é para os atletas, quando
remediar é ginástica passiva.
E o burro morreu a pensar “fosse
eu cavalo e isto seria tudo diferente!”
P.S. E a ti – agora só aqui entre
nós – devo-te um pedido de desculpas! Não és medicamento para a insuficiência
cardíaca. Fizeste bem em fugir, não fosse o bicho pegar! (Fraquinho…)
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