Facilmente vivo sem as coisas de que gosto porque preciso delas para saber que as gosto. Quando as experimento, lembro-me de que fazem parte de mim e que, por vezes, deixo partes de mim por aí espalhadas. Ainda assim, o que vou espalhando também vou recolhendo e, juntando as pecinhas, é aquilo que sou.
Continuo a espalhar e a recolher… Às vezes espalho-me ao comprido, às vezes recolho lixos, mas reciclo e transformo para continuar o caminho.
Sou uma pessoa, aparentemente, independente. Aprendi a estar sozinha desde cedo e preciso dos meus momentos para mim, comigo mesma, onde me encontro com coisas de que gosto e em que penso e transformo.
Mas sei que preciso de ajuda, de me aliar, para o meu potencial se manifestar.
Aprendi a estar sozinha, porque muitos dos meus dias foram assim, mas sentir-me sozinha depende de outros factores.
Sinto-me sozinha quando não consigo comunicar, sinto-me sozinha quando não me sinto compreendida, sinto-me sozinha quando não são honestos comigo, sinto-me sozinha quando tenho de me desapegar…
No fundo preciso do outro para sentir a solidão. Mas se calhar precisamos sempre do espelho para sentir seja o que for…
(escrito a 24.1.2012)
Foto 2017 |
Sem comentários:
Enviar um comentário