sábado, 17 de outubro de 2015

Crescimento Pós-Traumático vs Stress Pós-Traumático


Não pretendo com este post ser muito rigorosa em termos científicos mas hoje ouvi, no programa "Faz Sentido" da Ana Rita Clara (Sic Mulher), falarem nesta condição de Crescimento Pós-Traumático (CPT) relativa às mulheres que tiveram cancro da mama.

O CPT diz respeito a mudanças positivas decorrentes de uma experiência traumática, como se, de alguma forma, esta experiência induzisse um salto de crescimento que não aconteceria de forma tão marcada sem o trauma. No caso do cancro, depois da experiência, a vida seria posta em perspetiva, seriam reavaliadas as prioridades e teriam lugar mudanças de acordo com o novo olhar sobre si próprio, o mundo e a vida.

A PSPT (Perturbação de Stress Pós-Traumático) é um distúrbio de ansiedade que pode surgir depois da experiência traumática e que dá lugar a diversos sintomas ou manifestações que perduram no tempo.

Reconheço as duas condições em mim, dois anos depois. O CPT é logo o primeiro a manifestar-se. Toda eu era borboleta quando me livrei do internamento e este blog resulta deste crescimento. Da PSPT, reconheço em mim, sobretudo, a hiperativação/hiperatividade fisiológica: sobressaltos, insónias, estar sempre em modo de alerta como se estivesse em perigo, déficit de atenção... mas a PSPT veio com o tempo, com o resgate da vida "ativa". É como se o corpo tivesse sido reprogramado para se defender e proteger por tempo indeterminado, o que resulta num gasto de energia que me deixa sempre no limbo.

Se ganha o CPT ou o PSPT, creio que vão a par e passo, nuns momentos ganha um, noutros ganha outro. Os desafios da vida não vão parar, mas as coisas boas também não que eu sou teimosa! A vida não volta atrás e muda para sempre porque sempre muda. A resposta eu sei que é AMOR e sei que é confiar, mas às vezes não enxergo nada.

Eu sou aquela que nunca sabe como se ligam os faróis de nevoeiro. E ainda hoje vi o nevoeiro sobre a serra que, visto de fora, é muito bonito, mas, quando se está lá no meio, nunca se sabe o caminho. E às vezes o meu problema é mesmo não saber onde páram as luzes!

Quanto ao CPT, vai sempre levar a melhor, mas seria bom não esperarmos pelo trauma/sofrimento para fazermos determinadas aprendizagens e levarmos a cabo as mudanças de que precisamos para sermos felizes, só porque sim!

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