Não pretendo com este post ser muito rigorosa em termos científicos mas hoje ouvi, no programa "Faz Sentido" da Ana Rita Clara (Sic Mulher), falarem nesta condição de Crescimento Pós-Traumático (CPT) relativa às mulheres que tiveram cancro da mama.
O CPT diz respeito a mudanças positivas decorrentes de uma experiência traumática, como se, de alguma forma, esta experiência induzisse um salto de crescimento que não aconteceria de forma tão marcada sem o trauma. No caso do cancro, depois da experiência, a vida seria posta em perspetiva, seriam reavaliadas as prioridades e teriam lugar mudanças de acordo com o novo olhar sobre si próprio, o mundo e a vida.
A PSPT (Perturbação de Stress Pós-Traumático) é um distúrbio de ansiedade que pode surgir depois da experiência traumática e que dá lugar a diversos sintomas ou manifestações que perduram no tempo.
Reconheço as duas condições em mim, dois anos depois. O CPT é logo o primeiro a manifestar-se. Toda eu era borboleta quando me livrei do internamento e este blog resulta deste crescimento. Da PSPT, reconheço em mim, sobretudo, a hiperativação/hiperatividade fisiológica: sobressaltos, insónias, estar sempre em modo de alerta como se estivesse em perigo, déficit de atenção... mas a PSPT veio com o tempo, com o resgate da vida "ativa". É como se o corpo tivesse sido reprogramado para se defender e proteger por tempo indeterminado, o que resulta num gasto de energia que me deixa sempre no limbo.
Se ganha o CPT ou o PSPT, creio que vão a par e passo, nuns momentos ganha um, noutros ganha outro. Os desafios da vida não vão parar, mas as coisas boas também não que eu sou teimosa! A vida não volta atrás e muda para sempre porque sempre muda. A resposta eu sei que é AMOR e sei que é confiar, mas às vezes não enxergo nada.
Eu sou aquela que nunca sabe como se ligam os faróis de nevoeiro. E ainda hoje vi o nevoeiro sobre a serra que, visto de fora, é muito bonito, mas, quando se está lá no meio, nunca se sabe o caminho. E às vezes o meu problema é mesmo não saber onde páram as luzes!
Quanto ao CPT, vai sempre levar a melhor, mas seria bom não esperarmos pelo trauma/sofrimento para fazermos determinadas aprendizagens e levarmos a cabo as mudanças de que precisamos para sermos felizes, só porque sim!
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