Se a vida é linda, não há como não esperar por ela. Ou deixar de esperar e vivê-la. Agora com dor. Um dia sem dor, quando a energia de amor no meu corpo for mais forte.
Escrito no hospital em Abril, quando me encontrava privada das minhas paixões, mas empenhada em levar estes versos comigo por muito tempo, não vá esquecer-me de vez em quando... texto completo aqui
Sábado, 28 de Dezembro de 2013 Está o ano a chegar ao fim e, na tentativa de não se ir embora de mim, encavalita-se para um último abraço, o abraço mais pesado da minha vida. Apesar de todos os truques para o enganar, 2013 reconhece o seu valor. Bastante caro. Bastante pesado. Falar do fim é inevitavelmente recordar tudo o que ficou para trás, que já está lá atrás, mas o atrás ainda é aqui, às costas. É indiscutível a aprendizagem, a esperança, o amor, a oportunidade e todas as coisas positivas que se podem encontrar num momento de crise, mas hoje quero dizer "que m**** de ano, vai e não voltes!" Falta a parte mais difícil, deixar ir finalmente as partes de mim que não quero que se repitam em 2014 e preservar todas as que 2013 me permitiu descobrir e fazem de mim uma pessoa feliz. A factura, essa, vai-se pagando...
Hoje é dia de Natal, não posso falar sobre o Carnaval! Mas não estou muito inspirada para falar no Natal, porque já dei ao Natal o que tinha a dar. Há dois anos estava sozinha em Cabo Verde e há um ano estava no IPO, por isso há três anos que não tinha um Natal à séria, com tudo o que tem direito, mas, para dizer a verdade, há muito tempo que não tenho muita coisa e neste momento em que escrevo já estou noutra frequência. Ontem à noite, Consoada, estava mesmo com o espírito natalício e a minha energia estava sobretudo com as pessoas que têm natais diferentes, que perderam pessoas este ano, que estão doentes e que estão hospitalizadas, que têm familiares no hospital, que estão fora do país, que estão longe dos seus, das pessoas que passam esta quadra sozinhas. Tive direito a estar com os meus, mas não perdi o sentido nestes outros que estão de alguma forma dentro de mim, a partir da altura em que habitam o meu pensamento.
Aprendi a respeitar a experiência dos outros como sua, no sentido em que não posso retirar-lhes a dor que tem uma função e valor específicos na sua vida e na sua aprendizagem, assim como tive e tenho a minha, mas, dito isto, gosto de contribuir para que não se sintam sozinhos nesta viagem. Não devíamos nunca sentir-nos sós porque fazemos todos parte desta experiência que é a vida e talvez por isso tenhamos a capacidade de não sermos indiferentes ao que se passa ao nosso lado. Ainda assim, é mais fácil ser tocado quando nos toca a nós. Se aquilo que passei nos últimos dois anos me tiver ajudado a ser uma pessoa melhor, sinto-me grata. E se, neste Natal, consegui sentir-me mais ligada, também.
Renascer tem um valor indubitável, rir de mim própria não tem preço e rir com os outros é impagável. Se entretanto tiveres de chorar, também choro contigo porque não há nada em ti que não exista ou não tenha já existido em mim. Obrigada, menino Jesus, por nos lembrares de que somos todos luz e que não andamos cá por acaso.
As letras isoladas não nos dizem nada. Para fazerem sentido, têm de se juntar a outras. Formam palavras, a família das letras. O mesmo se passa connosco. Individualmente somos muito e somos nada. Quem nos quiser ler, tem de atender ao que nos rodeia. Há letras que se juntam e não formam palavras, por mais que tentem. Há palavras que nos inspiram mais do que outras. Há letras que só se juntam em determinadas alturas do ano, como as que formam o NATAL e outras que coabitam alegremente com esta, que não gosta da solidão. Amor, Solidariedade, Paz, Alegria são as que me saltam agora do pensamento e que inundam neste momento o facebook, representação virtual de muitos corações reais. Faz-me pensar que somos todos feitos do mesmo, ainda que possamos ser letras diferentes, e que apenas juntos fazemos sentido. Faz-me pensar também que queremos todos o mesmo na vida e que, por mais que a crise seja matéria de discussão todo o ano, todos concordam que o mais importante é termo-nos uns aos outros e usufruir disso, nem que se reserve um dia ou uma noite na agenda só para celebrar isso. Por outro lado, utilizamos o ritual instituído para nos poupar a palavras, porque os gestos falam por si. Não digo que gosto de ti mas dou-te um presente. É simbólico. Mas estamos a caminhar e a regressar à necessidade de dizer gosto de ti porque não há dinheiro para prendas. Olhar nos olhos e dar um abraço que desconstrua o ritual que desconstruiu o amor como ele é. Que este Natal seja o nascimento e a renovação do melhor que há em cada um de nós, letras isoladas, para que as palavras mágicas dêem lugar a frases sentidas e a textos de coragem por entre os medos. Proposta de tradução porque eu sei que sou um bocadinho rebuscada: Letra: eu, que podes ser tu Palavra: nós, que podem ser vocês Frases: família que pode ser qualquer uma Textos: histórias de vida, do individual ao colectivo Feliz Natal, em curação!
E é disto que se faz o amor, a amizade e uma pitada de loucura, porque foram esses os ingredientes que tive no Natal passado da parte dos meus amigos, durante o meu internamento e assim aprendi. Hoje é a Dani que está de retiro hospitalar nesta quadra, pronta a renovar as energias para entrar em 2014 com toda a força. E como, para fazer o auto-transplante de medula, tem de estar isolada, abracinhos, miminhos e conversa, tudo se faz com este vidro no meio, desde já a janela mais animada daquele corredor de quartos isolados, até porque já sabemos o que queremos e o que merecemos, mesmo na adversidade. Estamos juntas.
Linfobabes in da house. Aqui na foto, o coração de post-its da Sara
Nós as 3 ou todos os/as linfobabes
Até o meu pai desenhou o Gaspar, o cão da Dani, para que não lhe faltasse nada!
Vou deixar aqui o excerto de um texto e uma interpretação do significado desta época, em que as noites são mais compridas e em que se festeja o nascimento da luz, permitido apenas pela existência da escuridão. É isto o Natal. "E este é um segredo antiquíssimo: a luz não a encontramos na claridade, mas nas trevas, no ponto mais escuro". E está dito.
(...)
Si seguimos el recorrido del Sol entre el punto de inicio del otoño y el del invierno, presenciamos el acortamiento del día y el alargamiento de la noche. Esto quiere decir que las fuerzas de la luz, las fuerzas del día, se retiran paulatinamente: el día se acorta y la noche se prolonga.
Si observamos el aspecto mitológico, vemos las relaciones visibles cambiantes, en las cuales las fuerzas de la luz van desapareciendo doblegadas por la oscuridad, que comienza a dominar y abarcar más espacio. El día se va retirando.
Cuando celebramos la Navidad, el Sol se encuentra a 0 grados Capricornio, en el punto del solsticio de invierno, cuando las noches se han hecho más largas y los días más cortos. Este es el momento en que el Sol se encuentra más alejado de la tierra en todo su recorrido anual.
Y en esta máxima oscuridad, en esta noche nace la luz. Nace, literalmente, de modo natural. Hasta ese punto la noche venía siendo perseguida, devorada. En el equinoccio cambia la situación: en el momento en que las fuerzas de la oscuridad parecen haber vencido empieza el triunfo de la luz. A partir de este punto comienzan a aumentar de nuevo las fuerzas de la luz, con lo cual los días se alargan y al aminorar las fuerzas de la oscuridad, mengua la noche, quedando en equilibrio la duración de día y noche.
Los hombres de culturas antiguas mantuvieron un contacto más estrecho con las fuerzas de la naturaleza. Festejaban de manera especial los cambios de las estaciones. Para estas culturas tenía especial significado el punto en el que, en medio de la mayor oscuridad exterior, nacía la luz y comenzaba su curso victorioso sobre las fuerzas de las tinieblas.
La Nochebuena, la noche de navidad fue celebrada desde siempre como una noche de consagración.
(...)
Aquí tenemos un símbolo muy importante: resaltar la máxima oscuridad como el punto en el que nace la luz. Se trata de una referencia a la antigua polaridad de la luz del Sol en la oscuridad que figura en el prólogo del Evangelio de San Juán:
Y la luz en las tinieblas brilla.
A esto siempre se refieren los alquimistas como esencial: la verdadera quinta-esencia solo se halla en el ámbito en el que los hombres no están dispuestos a mirar porque les parece demasiado sucio y oscuro. Allí donde los hombres no van, a donde no se quieren acercar ni quieren hallar, allí se encuentra lo esencial, lo que busca la alquimia, el real portador de la luz. Este es un secreto antiquísimo; la luz no la encontramos en la claridad sino en las tinieblas, en el punto más oscuro. Esta es la razón por la cual siempre se relaciona esta temporada del año con las ideas y representaciones mitológicas.
(...)
Bajo este punto de vista, la Navidad se convierte en un rito: el renacer en el espíritu del nacimiento de la Luz y de Dios en nosotros. Esencialmente, solo aquí puede realizarce la Navidad. Pero el nacimiento de la Luz en el hombre se puede efectuar también unicamente cuando afuera hay oscuridad, es decir, cuando el hombre se aleja del mundo exterior. (...)
Visto psíquicamente, podemos decir que sólo cuando el hombre está dispuesto a bajar a la máxima profundidad de su alma, cuando está dispuesto a soportar el horror de su propia sombra, cuando se decide a mirarla, recorrerla, mirar su propia negrura, sus tinieblas, sólo entonces podrá experimentar en ellas el nacimiento de la luz:
Ontem foi uma noite de emoções boas. A Vanessa e a Lara Afonso desafiaram-me para dançar nesta gala/concerto organizada pelos "Aprendizes da Nono", o primeiro evento e o pontapé de saída da Associação Princesa Leonor - Aceita e Sorri, que vai apoiar crianças e jovens com doença oncológica.
Desde o início do projecto CurAção que tinha vontade de pôr a minha história "em movimento" e, com uma semana para preparar uma coreografia para a música da Lara, não sendo eu profissional e não estando eu em forma, percebi logo que não o poderia fazer sozinha - nem queria. E depois ainda percebi que só fazia mesmo sentido fazê-lo acompanhada, por todas as pessoas que me acompanharam e por todas as pessoas que rodeiam os doentes oncológicos e que também são enredados nesta teia, porque ser mãe, filho, irmã, pai, tio, marido, mulher, neste filme, também é dose.
Numa noite de muita música, muita inspiração, muito amor e muita celebração, juntaram-se não só artistas, como pessoas muito especiais - como a Sara Tavares, que me inspira assim que é uma coisa, mas esta é uma escolha pessoal..., entre todos os outros envolvidos directa ou indirectamente na associação, como o Nuno Gomes e a Áurea, os padrinhos oficiais - e todos estavam lá de coração, inebriados pelo espírito da solidariedade e contagiados com a alegria da Nonô, que é a protagonista e catalizadora de todo este movimento, do alto dos seus quatro anos que não querem saber de doenças e só querem saber da vida como ela é, para ser recebida, sentida e devolvida.
E assim lá estive, não só como aprendiz da Nonô, mas também para devolver aos amigos CurAção toda a energia que me transmitiram este ano e que todas as pessoas que estavam naquela plateia saibam como é importante serem importantes para os outros como são.
Como não consigo postar o vídeo - o blogger ainda não me deixa - vou deixar algumas fotografias e o vídeo fica para outro dia.
E eis que, recém-chegada de Cabo Verde, a 7 de Dezembro, vou até à Associação Girassol Solidário, em Lisboa, associação que dá apoio aos doentes evacuados de Cabo Verde que se encontram em Portugal a fazer tratamentos médicos a que não teriam acesso no seu país de origem. Porque, para desenvolver mais os meus conhecimentos na área da psicossomática e para trabalhar com doentes, preciso de ter mais conhecimentos na área somática, este dia foi dia para ficar a saber mais sobre as doenças cardiovasculares, as doenças do coração (nada melhor para primeira lição que frequento como CurAção!). Foi a primeira sessão e mais tarde falarei sobre esta formação para a saúde da Girassol, no âmbito de um projecto que ganharam em parceria com a Maçaroca Educação & Design, parceira CurAção, que me convidou a estar presente como formanda.
Esta formação é dirigida maioritariamente aos utentes da Girassol, que vão ganhar mais conhecimentos acerca das suas próprias patologias e poderão também expor as suas dúvidas e receios no que às mesmas diz respeito. Aqui uma fotografia com o seu conterrâneo, o músico Batchart, que foi convidar os formandos a estarem presentes no concerto que deu nessa noite.
Um dos lemas "CurAção" é emprestado do Lavoisier e diz: "Tudo se transforma." E a transformação dá-se dentro de cada um de nós, quando as coisas passam por nós, quando passamos pelas coisas e quando lhes damos nomes, cores, ritmos, sons, mais ainda quando as emprestamos aos outros que lhes dão o seu significado e transformam também a sua história. Faço isto na minha vida profissional mas trouxe esta magia para a minha vida pessoal, fazendo por contaminar mais uns quantos que se deixam tocar.
Por isso aqui não faz sentido estar sozinha nas minhas ações. Sim, posso fazer as coisas de que gosto sozinha, mas posso convidar e desafiar quem se identifique com o projecto a participar e a dar o seu contributo - ao nível das suas competências e da sua vontade - e as curações multiplicam-se. Por exemplo:
1. Sessão fotográfica das fotos de apresentação CurAção. Eu emprestei a minha cara e a minha careca, a Marta emprestou as suas competências como maquilhadora e a Cindy as suas competências como artista plástica. Posso dizer que a sessão foi terapêutica para as três, por razões diferentes e o resultado foi triplicado relativamente ao que teria sido se tivesse optado por publicar uma fotografia minha simplesmente careca. E a experiência de ser careca foi transformada, desconstruída, assumida, reconstruída, desmistificada, mesmo que lhe possamos atribuir um valor místico, pelo carácter ritualístico que possa estar associado a esta ação que teve também a intenção de marcar uma mudança, externa e interna.
2. Projecto Boomerang. A Sara empresta-me as suas fotos e eu as minhas palavras. Eu poderia tirar fotografias ou escolher imagens e dissertar sobre elas, mas este projecto é transformador da experiência subjectiva da Sara como fotógrafa porque, nas minhas palavras, a sua imagem assume outro significado, que depois assume um terceiro significado quando traduzimos para inglês e que depois viaja até aos seus amigos nos E.U.A. que vão interpretar à luz da sua experiência, que já não é a minha nem a da Sara, a original. E assim este projecto tem também e principalmente a função de nos manter ligadas e continuarmos a fazer parte da curação uma da outra, pois ambas tivemos experiências com o cancro, que continuam a ser elaboradas e transformadas dentro de cada uma de nós.
3. Textos que escrevi para o espectáculo "Crio" da ArteMove. Os textos foram escritos para o espectáculo, mas, a partir da altura em que os entreguei e foram interpretados por outras pessoas, a minha experiência contida naquelas palavras expandiu-se à experiência de quem encenou e de quem as interpretou. Tendo escrito sobre mim, ainda que sob os temas que me foram propostos, já tinha dado nome a tantas coisas minhas que vivi este ano, mas, quando o Pessoa Júnior pega nos textos e lhes dá forma, acrescenta o seu ponto de vista, que toca no meu, mas já é outra coisa. E quando os intérpretes lhes dão vida no palco e os associam ao movimento e à dança, já todos estavam em curação, mesmo sem saberem, a falar sobre "ser feliz", o "coração que fala sozinho", o "ser criança" e tantas outras palavras que voaram até ao público e chegaram já como uma quarta experiência, que já não é a minha, nem a do Júnior nem a dos intérpretes.
3. Vídeos de dança com os KDM. Qual era o interesse de eu continuar a gravar-me a dançar sozinha para marcar este ano curação e a dizer que, sim, a dança faz parte da minha cura? Se eu posso acrescentar os dotes do Djam como coreógrafo e criativo e dos meus colegas que enriquecem a experiência e o resultado, para quê fazê-lo sozinha? Todos entram nesta viagem curação e, embora eu não possa falar na sua transformação, posso falar da minha, que não só fui desafiada para além da minha zona de conforto, como renovei dentro de mim a confiança neste caminho.
4. 1º Concerto solidário Princesa Leonor. A Lara Afonso tem uma sobrinha, a Nonô, que tem um cancro. A Lara tem uma canção sobre e dedicada à Nonô. A mãe Vanessa desafia-me para dançar neste concerto enquanto a Lara canta, não como profissional - que não sou nem pretendo ser - mas como a pessoa que passou também pela doença. Como fazê-lo sozinha e para quê? Desafiei a ArteMove e pus mais 4 pessoas a mexer, que ficaram a conhecer o projecto dos Aprendizes da Nonô, a minha história e entraram em curação comigo. Acrescentei as competências da Paula Careto como coreógrafa e as competências do Afonso, da Bárbara e da Inês como bailarinos e o resultado foi potenciado, mas só será avaliado amanhã ao nível das 2000 pessoas que estarão a assistir. O que é mágico aqui?
Experiência da Lara como tia de uma criança com cancro numa música ------- Eu interpreto as suas palavras à luz da minha história como doente oncológica -------- A Paula pega na minha ideia e interpreta-a dando-lhe movimento e construindo uma história coreográfica, que já tem uns pozinhos a mais relativamente ao que lhe passei ---------- Eu, o Afonso, a Bárbara e a Inês vamos emprestar as nossas emoções e histórias pessoais à interpretação da coreografia da Paula, transformada só por isso noutra coisa ----------
o público há-de receber a informação e transformá-la ainda noutra história, mas estarão todos em curação se se deixarem tocar por nós todos. E assim se envolve mais pessoas numa só causa.
O mais interessante nisto tudo, a título pessoal, é a de que estas e outras ações valem mais pelo processo do que pelo resultado. As horas passadas em interAção com todas as pessoas envolvidas, em ensaios, fotográficos, de escrita ou dançados, são mais transformadores e curadores para mim do que o resultado final, mas o resultado é a consolidação e o registo da própria mensagem, que pode depois chegar mais longe, para lá do círculo de amigos. E assim se vai transformando cá dentro toda uma experiência de forma a que ela não se repita, porque, apesar de todo o protagonismo, não é a doença o centro da curação, muito menos o fim, mas apenas o início e o ponto de partida para outras viagens. Tudo se transforma.
De Porto Madeira para a Assomada, cidade no interior de Santiago
Da Assomada para a vila do Tarrafal, de Hiace. No caminho...
Paisagem da janela da Toyota Hiace
quase a chegar, avistando o mar
Praia do Tarrafal
há tantos cães de rua em CV
Dia 15
Uma escola no Tarrafal. Saindo do Tarrafal em direcção à Praia
Já na Praia, à tarde, no Espaço Aberto Safende, onde trabalhei como psicóloga. Na foto, valência Jardim de Infância
Refeitório
Com a professora do Apoio Escolar, Cláudia Querido
Lanche em casa da tia da minha amiga Cindy, onde vivi os dois primeiros meses na cidade da Praia. Conseguem perceber o tamanho do bolo?
Tia da Cindy na foto. Não há semana que passe em que não faça estes e outros bolos maravilhosos!
À noite, no aniversário do bar "Flameout"
Com a minha amiga Lany
Dia 16
Encontro com minha amiga e jornalista Aidê Carvalho, aqui com outra amiga
Com a Aidê, na Terra Branca, um bairro da Praia
À noite, com amigas no Café Palkus, no concerto do Tchida Afrikanu
Com a Ste, no Espaço Kappa
Dia 17
Com Aidê e o seu colega Zeca Furtado, pai do Juca, jovem que conheci no IPO e que faleceu na semana anterior à minha viagem
Almoço e convívio em casa da Aidê
Dia 18 - 2 de Dezembro - Aniversário do meu regresso a Portugal para ser internada
Almoço com Teresa Mascarenhas, Presidente da Associação Acarinhar
O que fiz neste dia para celebrar o meu regresso - saudável - a Cabo Verde publicarei mais tarde, num post específico alusivo a esse momento.
Dia 19 - 3 de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
Reencontro com Kevin, um dos utentes da Acarinhar, Associação que dá assistência a jovens e famílias com Paralisia Cerebral
Com Família Acarinhar, na rua pedonal, no Plateau
Demonstração de Boccia
Celebração do dia da Deficiência, numa escola da Achada de Santo António, onde me foi entregue um diploma de mérito pelo trabalho desenvolvido com as pessoas com paralisia cerebral em CV
Este celebração foi marcada com a entrega, da parte da CMP, de cadeira e mesa adaptadas a esta menina, Eliane, que tem paralisia cerebral
Crianças que assistiram à entrega da cadeira à Eliane, sua coleguinha de escola
À tarde, voltei ao Espaço Aberto de Safende. Aqui com a Ângela
Crianças e educadora do Jardim de Infância do EAS
Com crianças do Apoio Escolar. Também conheci nova directora do centro e minha colega Jandira Tavares
Visita à TCV - Televisão Cabo-Verdiana, aqui sentada no lugar de pivot do Telejornal
Em conversa com um dos profissionais desta estação, com vista a uma matéria sobre a minha história em CV e também sobre os doentes evacuados
Depois voltei à Casa da Música da Universidade de Cabo Verde, para visitar o Coral, que estava a ter aula de Expressão Dramática com o meu amigo Valdir
Com Flávia, Dulce e Tchida
Dulce, Flávia, Michel, Tânia e Valdir, no Quintal da Música (restaurante com música ao vivo)
Dia 20
Reunião na Câmara Municipal da Praia, onde deixei os meus contactos e falei sobre o projecto CurAção. Foto retirada da net
Almoço no restaurante Panorama, com o amigo e músico Ricardo de Deus
Visita à Achada de Grande Trás, onde trabalhei com um grupo de crianças, exactamente neste espaço que agora diz Super Bock e que infelizmente já não constitui um centro de apoio escolar, na altura dinamizado pela Associação Acrides
Com o Gilson, líder comunitário da AGT
Com os KDM no aeroporto para gravação de um vídeo, a minha estreia depois da recuperação
Entrevista para a TCV
Com a Aidê Carvalho
E fomos ao teatro. Com Ste e Sílvia, voluntária italiana recém-chegada a CV
A peça Momo, que já tinha visto em Lisboa, pela primeira vez na Praia. A Flávia (Gusmão) em palco.
Dia 21 - último dia
Despedida da praia e da Praia
Almoço de despedida KDM, em casa da Andreia Semedo, que conheci e com quem dancei pela primeira vez este ano
Depois de termos ido ao aeroporto fazer o meu check-in, party! Aqui no aniversário da Susana (pela primeira vez em CV), irmã do António, que nos representa na foto
E depois fui com a Ste ao concerto do Tchida, do Ndu e do Binga (não conheço o 4º músico), despedir-me do Espaço Kappa e das noites quentes
Já no aeroporto, pronta a embarcar... Até à próxima! Não registei aqui tudo, mas quase! Para celebrar este regresso e em curação, fiz mais dois vídeos e uma sessão fotográfica que não constam da foto-reportagem e que terão um espaço próprio quando estiverem prontos, colaborações com KDM e Young Filo Presents. E ainda houve alguns ensaios pelo meio que não constam das fotos. E os copos na mão foram mesmo os poucos dos 21 dias, as excepções da regra, porque outra regra diz que celebração tem de ter tchim-tchim! À nossa!
Ano de 2013. 33 anos. Em Dezembro de 2012, estava na cidade da Praia, em Cabo Verde, a trabalhar como psicóloga no centro comunitário Espaço Aberto, quando adoeci. Do dia para a noite, Lisboa, Cascais, IPO. Cancro. Linfoma não-hodgkin. Estadio IVB. Quimioterapia. Muitas complicações. Decisões. Oportunidade. Hora de pôr em prática toda a escola académica na escola da vida. Em remissão, sem finalizar protocolo quimioterápico e tendo recusado transplante de medula, propus-me fazer 365 publicações neste espaço, uma por dia, considerando este o ano da cura em construção. Nada é garantido. Está tudo a acontecer. Ano de 2017. 37 anos. 4 anos percorridos. Um caminho atribulado e ainda muitos sonhos por cumprir. O cancro ficou para trás, outros desafios se apresentam e a busca por equilíbrio é contínua. A vida pede-me fidelidade em troca de liberdade. Bem-vindo/a ao meu cantinho!