Às vezes tenho dificuldade em explicar o que é o conceito #saudeecriatividade que acompanha todas as minhas partilhas. Em termos práticos, estou a falar do protocolo que nós próprios podemos criar na recuperação de uma situação de doença ou na manutenção e promoção da saúde. Costumo usar a expressão "não ficar encostada à medicação", no sentido em que acredito que os tratamentos médicos/químicos não substituem a nossa responsabilidade no processo. Neste sentido, o caminho para a saúde constitui um compromisso que assumimos ou não e, neste caminho, podemos escolher rotinas, tarefas, atividades, terapias, hobbies, estratégias que, por um lado, traduzam a intenção da cura e, por outro, sejam mediadores e canalizadores de energia que tende a dispersar quando os desafios são difíceis. É quase uma aliança que podemos fazer com o lado saudável que ainda reside em nós, mesmo quando a saúde falha. O foco e a disciplina também requerem energia que, por vezes, não se tem, seja pelo estado debilitado ou por esgotamento, mas é nessas alturas que devemos simplificar. Não é o conteúdo o mais importante; o mais importante é a forma como o fazemos.
Este blog e as 365 publicações no primeiro ano foram o protocolo que escolhi para mim no primeiro ano de recuperação sem tratamentos, por exemplo - escrever e associar-me a pessoas e projetos alinhados comigo. Este ano o meu desafio tem morado nas noites. As insónias crónicas fizeram-me parar, recuar e questionar. Um dos compromissos que assumi neste resgate do son(h)o foi escolher uma atividade física compatível com os dias mais difíceis: caminhar.
Todos os dias faço caminhadas com a duração mínima de 30 minutos sem paragens. Quando posso fazer mais, acabo por fazer porque um dos meus objetivos é manter-me em forma para voltar a dançar e para não me sentir cansada com qualquer esforço que faça, aos 36 anos. Já passaram mais de 30 dias. Parece simples? Pois, quando tudo se embrulha em nós, há que simplificar, baixar a fasquia mas cumprir.
E é na determinação e no estado criativo que, se estivermos atentos, a vida responde em magia e em beleza. Tenho as frases da Louise Hay em repeat na minha cabeça, todos os dias, só no pensamento: "All is well."; "I am safe."; "Everything is working out for my higher good."; "Out of this situation only good will come."
Na última semana, cruzei-me com estes corações durante as caminhadas, em caminhos diferentes. Para quem não sente o embrulhar e desembrulhar da vida, estes presentes passam despercebidos. Mas eu concluo que, afinal de contas, o chão não foge assim tanto, mesmo quando parece.
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