Aguardava-te, Primavera.
Em sol, luz, risos e calor em mim.
Aguardava-te, Primavera.
Tão bonita quanto incerta,
Tão amante quanto desconcertante
És a janela do Inverno aberta
Quisera eu prolongar-te num instante.
No Sábado fui assistir a uma performance da responsabilidade da produtora À Carta, apresentada por quatro jovens artistas que deram movimento, música, interpretação e humor à Poesia.
A proposta deste projeto é a de dinamizar espaços com atuações multifacetadas que integram diversas áreas artísticas: teatro, dança, música, artes visuais, técnicas circenses e comédia. O grupo consegue fazê-lo de uma forma tão natural quanto original: de um menú performativo o público deve escolher a mini-performance a que quer assistir, sendo-lhe dada a possibilidade de ver todas as propostas, numa sequência aleatória para os artistas. Cada performance é criada de raíz no e para o espaço parceiro, constituindo este o cenário das peças que apresentam. Neste dia a apresentação aconteceu no BUS - Paragem Cultural, nos Anjos, em Lisboa.
Era o dia Mundial da Poesia e, em cada performance, foram revisitados vários poetas portugueses, de épocas e características distintas, entre eles: João Negreiros, Matilde Campilho, António Aleixo, António Botto, Fernando Pessoa, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Mário de Sá-Carneiro. Com apenas alguns adereços de cena e figurinos, conseguiram que a simplicidade os aproximasse do público que, sendo envolvido na escolha do alinhamento, não conseguiu distrair-se dos versos entoados, representados e dançados durante a noite.
E assim começou esta Primavera, de forma poética...
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