quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015







Foi assim que começou. No âmbito do projeto de responsabilidade social da Academia de Artes Arte Move, e com o apoio CurAção, desafiámos os alunos e familiares da academia a participarem num sorteio de Natal solidário, com vista a ajudar os residentes do Centro de Apoio Social do Pisão, instituição que acolhe pessoas com patologia mental e que, desde 1985, se encontra ao abrigo da Santa Casa de Misericórdia de Cascais.
 
A aluna Vanessa Melo foi a sorteada com uma mensalidade para frequentar as aulas de Modern Jazz e, com o valor angariado, comprámos packs de 65 gorros, luvas e cachecóis para as senhoras do CASP. Na foto, ainda que tremida, podem testemunhar o momento do sorteio, no passado dia 6 de Janeiro.












Como as necessidades são mais do que muitas, sobretudo para fazer frente a este Inverno, respondemos ao pedido do CASP no sentido de conseguirmos algumas mantas para os residentes que estão mais tempo parados. Assim sendo, no dia 19 de Janeiro, dia da apresentação de Natal dos grupos das turmas de dança KIDS, no auditório do Externato Nossa Senhora do Rosário, levámos a cabo uma recolha de mantas, à qual as famílias aderiram com enorme sucesso (foto superior).









Seguiu-se a preparação das prendinhas, ainda natalícias, para que os alunos e famílias Arte Move pudessem continuar envolvidos no processo e para que o seu espírito criativo chegasse até ao CASP. Numa atividade espontânea, dispondo de revistas, jornal, tesouras, cola e canetas, cerca de dez alunas, entre mães, filhas, miúdos e graúdos, decoraram os caixotes e os sacos.








No dia 5 de Fevereiro, eu (coordenadora responsabilidade social Arte Move e representante CurAção) e a Marisa Silva (diretora executiva Arte Move), fomos até ao Pisão levar as prendinhas. Fomos carinhosamente acolhidas pela Dra. Manuela Dias (Equipa Serviço Social) e pela Dra. Soraia Brito (Equipa de Voluntariado e Gabinete de Psicologia), que nos conduziram pelas instalações, onde pudemos ter contato com residentes e equipa técnica e auxiliar.






Como podem testemunhar estas imagens, fomos acolhidas com o mesmo carinho com que levámos a cabo esta iniciativa. Mostrámos as prendas em nome de todos os artemovers que quiseram contribuir e rapidamente uma das senhoras foi "equipada" com um gorro, um cachecol e umas luvas (nesta foto acima, que tem o logo Arte Move). Conseguem ver o sorriso? Foi o nosso também! Como forma de agradecimento, foi-nos entregue, por uma das residentes, uma cabaça-boneca feita no Centro de Actividades Ocupacionais desta instituição. Quando visitarem a Academia, podem vê-la no balcão da receção!





No site do CASP:



O Centro de Apoio Social do Pisão (CASP) está situado no parque natural de Sintra – Cascais, é constituído por uma parte rústica e urbana, com uma área de 306 ha. Este espaço resulta da junção das quintas: Pisão, Copeiro e Porto Covo. A parte urbana é onde funciona a área social.
É uma estrutura que data dos anos 40, pertence ao Instituto da Segurança Social, IP, gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Cascais mediante acordo de gestão, desde 2 de Fevereiro de 1985.






O CASP acolhe em regime de internamento adultos com patologia psiquiátrica de ambos os sexos (275 homens e 65 mulheres), cujo quadro psicossocial requer cuidados básicos de subsistência e de saúde integral que engloba aspectos físicos, psíquicos, sociais, ocupacionais e de reabilitação.


A Quinta do Pisão é lindíssima e, de alguma forma, é difícil imaginar aquele espaço como uma colónia penal. No museu, apercebemo-nos do estado em que a Santa Casa da Misericórdia encontrou esta antiga colónia e as pessoas que miseravelmente lá se encontravam marginalizadas da sociedade, há tão somente 30 anos, entre Sintra e Cascais. As cores e os sabores de afetos que por lá se veem agora - e o sol que nos brindou com a sua graça! - devolvem-nos a esperança. Vale a pena mudar, ajudar, juntar forças e, sobretudo, não ignorar realidades que estão mesmo ao nosso lado.


Muito já feito, muito por fazer. Não nos foi possível presentear os 340 residentes e, como tal, escolhemos as senhoras, que estão em menor número. As necessidades são mais do que muitas e quem quiser pode continuar a contribuir, principalmente com roupa e serviços.



Porque fazer a diferença está ao alcance de cada um, mas fazer a igualdade está ao alcance de todos.


 

















Obrigada Dra. Manuela e Dra. Soraia, técnicos e auxiliares que nos mostraram o centro, residentes que manifestaram o seu carinho, Marisa e Paula que embarcam nestas aventuras (levamo-nos umas às outras e trazemos mais uns quantos neste barco), mãe Ingrid, mãe Adriana, alunos Arte Move que decoraram as caixas, Bárbara pelo suporte logístico e todas as pessoas que compraram rifas e ofereceram mantas!


Sursum corda! (Corações ao alto)





É difícil dissociar a minha experiência capilar do meu processo de recuperação. Desde o corte do cabelo que levou todo um passado com ele ao crescimento do novo cabelo, a par e passo com a minha curação. Portanto, hoje não tenho post de Carnaval, mas sim um post dedicado ao meu personal hair artist, o Miguel Garcia, porque diz que hoje é o dia do cabeleireiro! Deixo acima as suas palavras e, abaixo, a gargalhada da minha mãe que traduz exatamente o espírito que o Miguel nos transmite quando lá vamos. E o Miguel faz parte desta viagem!


Estas imagens são de 2014, mas ainda não as tinha publicado aqui na secção #Pelos cabelos. Quando eu estava careca, procurava na internet testemunhos de pessoas que tivessem o cabelo a crescer depois da quimioterapia, por isso criei esta etiqueta para poderem assistir à evolução do meu, no último ano e meio.

 
19 de Dezembro de 2014 - foi a segunda vez que cortei o cabelo desde que ele começou a crescer. Não parece mas já viram a caracolada que ficou no chão?

 
Nas fotos seguintes, o cabelo atual, em Fevereiro de 2015. Às vezes defino os caracóis, outras vezes aliso com a prancha. Quando os caracóis estavam muito cerrados, era mais difícil, mas agora já estão mais largos e já consigo estica-lo sozinha. Só não tenho é ainda força para estar muito tempo com os braços no ar! 
 
Para dar conta do volume, tenho de arranjar soluções como as tranças, por exemplo. O novo cabelo é mais escuro mas depende da luz (as fotos de baixo têm todas o mesmo filtro). Com o sol notam-se alguns reflexos que me recordam o cabelo antigo. Não quero pintar por agora, vou deixar passar mais um Verão, curtir a versão morenaça e aproveitar que ainda não há brancos para cobrir.


Hoje faz anos a menina de cor-de-rosa representada neste quadro, que está na minha sala. 8 anos. Hoje toda muito Violetta - festa de Carnaval e aniversário - sempre tão artística como carinhosa, ofereceu-me este desenho no Natal. Esperei por este dia para o publicar. Sabia que dizia muito deste meu caminho, mas tinha de ser num dia especial.
 
Não sei se já perceberam - eu ainda tenho dificuldade em reconhecer-me de cabelo preto - mas eu sou a senhora de azul; na minha mão esquerda está ela e, na mão direita, o irmão, que é meu afilhado. Muito amor, claro está. À volta coisas que ela associa a mim, um microfone porque adoro cantar, umas sapatilhas porque adoro dançar, um rádio e uma bailarina.
 
Eu sou a Prima Rita, que lhe deseja o melhor dos anos - o aniversário já sei que foi um sucesso! - e que continuemos de mãos dadas, mesmo quando alguns quilómetros nos separam e não a posso ver apagar as velas. Mas quem mora num coração destes não tem hipótese! Sorte a minha!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015


(fonte: Google)

'Bora lá falar das sombras do Christian Grey...
 
Porquê? Para seguir a tendência? Não só, mas também. Simplesmente porque os livros vieram parar-me à mão (2013) ainda eu não sonhava com sexo depois do cancro! Sonhar, se calhar, até sonhava, mas imaginem um corpo virado do avesso, que, depois de ter passado pelas fraldas e pelo biberon pela veia, só pedia liberdade, mas tinha todo um caminho pela frente... desejado mas temido, com a coragem ao lado do medo e a expetativa ao lado do pânico.
 
Foi outra companheira do cancro que me passou o entusiasmo. Também ela em tratamentos, solteira e sem mouro na costa, não desgrudava do(s) livro(s)! Abri ao calhas e li uma ou outra cena de sexo - é natural que abrindo ao acaso, isso aconteça, porque, afinal de contas, ocupa a maior parte das centenas de páginas dos três volumes. Ok, vamos lá ler o livro!
 
Bom, consegui, a algum custo e com alguma ambivalência, ler dois dos três livros! Foi a curiosidade pela continuidade do relacionamento da Anastasia e do Christian que me fez ir ao segundo e, sobretudo, a história por detrás da personalidade dele - as ditas sombras! O terceiro tentei mas já não deu.
 
Encaro este romance como uma fantasia, uma menina/mulher frágil conquista um homem poderoso. Se ela consegue, todas conseguimos um Grey para as nossas vidas! (Se queremos, é outro assunto!) E com uma vida sexual de sonho! Não falo da sala vermelha - que também apela a muitas fantasias e leva muita gente às salas de cinema, convenhamos - mas de uma mulher virgem que tem uma primeira vez fantástica, tem a libido no auge e a toda a hora (independente do dia de trabalho, do estado do relacionamento e dos (des)entendimentos e preocupações) e tem orgasmos de geração espontânea, quase só de olhar para ele! E sempre. Frequência semanal de relações sexuais? Melhor perguntar pela frequência diária...
 
Talvez tenha sido esta sexualidade tão linear - leia-se frequente, porque linearidade talvez não combine com algemas - de sonho para uns, pesadelo para outros, página sim, página sim, que acabou por me desinteressar. Se calhar precisava de sentir um bocadinho mais de realidade dentro da ficção, de conseguir identificar-me com a Anastasia... Não sei se defeito meu ou dela, achei os livros uma seca! (Sim, eu sei, li dois! E de secos eles não tinham nada, passo a piada brejeira...)
 
E chegamos ao filme, eu prontíssima para entrar na fantasia... Pela primeira vez posso dizer que gostei mais de um filme do que do livro! Considero uma vantagem ver o filme conhecendo as linhas que não estão representadas e que estão descritas no livro; talvez lhe imprima mais conteúdo do que o filme tem por si só. Mas como o livro para mim se alonga demasiado, adorei o filme, que vem equilibrar os dois lados, o sexo e as pessoas por detrás do sexo. E tudo com muito bom gosto e sofisticação. Música, iluminação, direção...
 
Não me parece que o filme incite à violência, que reforce a vulnerabilidade do sexo feminino ou que desprestigie as mulheres ou os homens de alguma forma. Temos Mr. Grey e Miss Steele, mas sobretudo o Christian e a Anastasia, com uma profundidade que os torna interessantes, com uma fragilidade que os torna humanos. Temos um Grey dominador que se vai deixando dominar e uma Ana que se quer submissa mas que quase nunca se submete. É no meio que se vão encontrando e o amor vai acontecendo; é de resto esse amor que vai permitindo que sigam os dois viagem num jogo de luz e de sombras que nos envolve. Até ao limite. Ana. Christian. E a porta fecha-se.
 
Imagino que a sequela só surja daqui a um ano e que o plano de marketing faça render o peixe por dois ou três anos. Não sei em que fase estarei na minha curação relativamente a estes assuntos quando o próximo filme chegar, mas a verdade é que um filme, por mais leve que seja (não é filme para ser nomeado para melhores atores ou melhor argumento), pode tocar em muitos pontos sensíveis - daí a polémica! A, B, C ou G, isso agora já fica ao critério de cada um/a!
 
 
 


sábado, 14 de fevereiro de 2015


O dia dos namorados começa a ser dia de fazer contas à vida sem namorado. 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos... Portanto nem posso dizer que seja uma coisa pós-cancro (pré-cancro, de certeza), muito embora tenha andado mais isolada depois do cancro. Claro que não se constrói uma vida no isolamento e a base da CurAção é mesmo a proximidade e a colaboração, o que tem acontecido em todas as valências da minha vida menos... na minha vida pessoal.
 
O universo é brincalhão e, quando começo a escrever este texto, entra no bar onde-me-encontro-a-namorar-com-as-letras um ex-quase-namorado. É a evidência de uma ex-vida e de uma vida nova. A minha, a dele. "Ainda hoje pensei em ti!" Será que para os solteiros hoje é dia de pensar inevitavelmente nos namorados que tiveram, nos que não tiveram e nos que sonham vir a ter? Será que para os comprometidos é dia também de pensar nos companheiros que têm, nos que queriam ter e não têm e nos que deixaram de ter?
 
Engraçado porque na minha última vida sem namorado, entre namoros, também criei um blog, que continuou depois de enamorada mas com uma frequência menor até que deixou de fazer sentido. A aprendizagem e a escrita sempre foram os meus refúgios, a par da música e da dança. Foi assim em idade escolar e na adolescência. Tirar cursos, ler, aprender, trabalhar, escrever... é aqui que invisto o meu entusiasmo pela vida quando as relações pessoais escasseiam. E, como "nasci" outra vez, estou a refazer o caminho, observando padrões que se repetem.  
 
Em contrapartida, em tudo aquilo que faço, não me canso de dizer que o mais importante na vida são as pessoas, os afetos e as relações pessoais. Contradições. Talvez por saber o que é perder. Talvez por sentir que comunicar é uma necessidade vital, assim como abraçar e tocar. Mas, mais do que tudo, talvez por saber (saber do coração, não dos livros) que não estou sozinha.
 
 
E a seguir fui ver as "50 sombras de Grey" para combinar com a cor do dia. Cinzento mas pleno.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015


Quando a minha vida começou de novo, senti a excitação de quem tem todo um mundo de possibilidades pela frente. A estaca 0 traz a oportunidade de fazer tudo melhor do que um dia se fez, de fazer boas escolhas e de cumprir com o que... e parei aqui... cumprir com o que... o que se espera e é suposto. Quero dizer... cumprir com o que projetei e que por isso é suposto para mim. Tenho dúvidas de que haja grandes diferenças.

Imaginava uma vida saudável, com uma alimentação regrada, tranquila e disciplinada, noites de sono em dia, dias cheios de criatividade, um corpo esbelto e forte, de volta ao ginásio e à dança, uma casa limpinha e arrumadinha, cheia de boas energias, uma vida profissional em reconstrução mas direcionada por determinadas prioridades, a vida pessoal e social entregue ao que o destino me trouxesse, mas cheia de assertividade e confiança. E a longo prazo o dinheiro a fluir para poder viajar e fazer formação.

Porquê? Porque eu tive um diagnóstico de uma doença num último estadio e recusei metade dos tratamentos. Ou seja, estaria nas minhas mãos fazer tudo BEM, ser uma menina bem comportada para não voltar a adoecer. Fazer tudo bem pela minha "rica saúde"!

Pois bem, não fui perfeita. Estou longe de o ser. A casa está de pernas para o ar, eu tenho mais 13 kg, mal meto os pés no ginásio e a dança vai as solavancos entre dias inspirados e dias frustrados. Tenho uma lista de coisas para fazer, há dias em que paro para dormir, esqueço-me de algumas coisas, lembro-me todos os dias de ainda mais coisas que ficam sempre para o dia seguinte. Quando o cansaço aperta, nada como um comando na mão e um prato de comida à frente. Mais vezes o que apetece do que o que é suposto fazer bem.

Num ano e meio, consegui recuperar a minha autonomia, voltar a viver sozinha, pagar contas, trabalhar e frequentar eventos e formações que me enriquecem pessoal e profissionalmente. Voltei a ter menstruação e hormonas ao rubro, a afastar o cabelo da frente dos olhos, a não dar conta dos pelos das pernas, a lamentar-me dos homens (ou da falta deles) e a irritar-me com... o que sempre me irritou.

Se eu fosse um "case study", diria que a única variável "controlada" é o CurAção. Mesmo que tudo vá imperfeito, vai com esta intenção. Mesmo que eu deixe de responder a duas ou três mensagens em tempo útil ou razoável, é com gratidão. Mesmo quando não me perdoo, não te perdoo e me irrito, é em consciência. E no final do dia agradeço e reforço os votos de confiança na vida, no caminho e no sentido da cura, que, para mim, mais não é do que evolução e crescimento.

O tempo não voa, nós é que voamos sobre o tempo e aterramos no dia seguinte.

Que bem que me sabe escrever às 2h da manhã... Se me deitasse antes da meia-noite para dormir 8 horas, não tinha escrito metade deste blog... O crime perfeito e a cura imperfeita. Sou eu.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

 
 
Hoje é o Dia Mundial do Combate ao Cancro mas não me urge falar nem de cancro nem de combates. Ainda assim posso falar de mulheres combatentes, que multiplicam as suas vidas dividindo as dores e somando alegrias. Portugal, Cabo Verde e Itália, nas ruas de Lisboa, que foram feitas para nos retirar o fôlego, sabendo a menina-e-moça que temos tantos fôlegos quantas as suas colinas.
 
A C. e a S. fazem anos e é de celebrar que tenham nascido. Para cuidar de afetos, oferecem as suas almas para sentir os e com os outros. Cada uma no seu caminho, sei que partilhamos as 4 o sonho de um mundo melhor. Crianças, jovens, mulheres ou homens, queremos dizer-vos que a vida dá segundas oportunidades. Quiçá sete. 
 
São sete as colinas e infinitos os sonhos.
 
Elas têm outras lutas que não esta mas, porque hoje é o dia, pessoas que encontram o cancro no caminho, recuperem o fôlego. Está tudo bem.
 
 
 
P.S. Su, continuemos a dar as graças por cada refeição, mas deixemo-nos sempre cair em tentação. Amén.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015


"O mundo está a mudar" ou em mudança é uma frase que se ouve em várias áreas, mas qual não é o meu espanto quando oiço o meu tio, que tem uma horta, dizê-la. Quem está em contato diário com a Natureza, não precisa de ler ou de ouvir grandes intelectuais falarem da mudança que parece ser transversal e que atravessa economia, sociedade, saúde, biologia, pensamento e tantas áreas. A figueira que dá figos em Dezembro serviu de inspiração para esta observação. No dia seguinte, encontrámos este espécime lindíssimo, nunca antes visto por ali, no jardim:

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