Missão




Numa total abertura aos processos de mudança, a pessoa torna-se, na sua consciência, aquilo que é, através da experiência: um organismo integral e em pleno funcionamento. (Carl Rogers)

CurAção é um projeto pessoal e transmissível, parte da minha experiência como doente oncológica e da necessidade de partilha do meu processo de reabilitação ainda em construção. Integra todas as ferramentas pessoais e profissionais que recolhi até ao aparecimento do cancro, bem como as aprendizagens vivenciadas durante o processo de doença e recuperação.

CurAção pode definir-se como: ações no sentido da cura mediadas pelo coração. Começa por visar o envolvimento em projetos alinhados com quem sou em determinado momento e contexto da minha vida e pressupõe aproximar pessoas e grupos nos seus processos de cura, mudança, adaptação e crescimento, com a criatividade como mote para uma vida mais feliz e um mundo melhor.


Fotografia: Cindy Baptista


Pressupostos CurAção:
 
1. CurAção é a minha palavra para cura. No espanhol cura é curación. É possível que a palavra tenha existido também em português: diz-se que a colónia holandesa Curaçao tem este nome por se tratar da ilha da "cura dos doentes" (uma teoria entre muitas sobre a origem do nome). (fonte: google)

2. A cura aqui deve ser entendida num sentido mais alargado, transversal às várias dimensões da vida. Não se resume à cura de uma patologia física ou mental e pode dar-se nos planos individual, interpessoal, social e universal. É sempre relacional porque estamos sempre em relação, connosco mesmos, com os outros, com o ambiente que nos rodeia e com os eventos que nos sucedem.

3. A curação não pressupõe o fim das maleitas e dos males do mundo, mas sim a consciência e o reconhecimento da polaridade, o equilíbrio dos extremos, a integração das várias dimensões do ser vivente e a reposição da homeostase em situações de crise, bem como adaptação à mudança, por um mundo mais justo e feliz. Não é tirar aos ricos para dar aos pobres. É aproximá-los na sua humanidade. Vejo a curação como um contributo para a evolução.

Na saúde e na doença:

1. Os doentes têm um papel ativo e responsável na sua vida, pelo que são responsáveis na doença e na cura.

2. Distingo responsabilidade de culpa. Também não falo de injustiças, porque não vejo a vida como uma sequência de prémios e/ou castigos decorrentes de bons e/ou maus comportamentos. Há escolhas e destinos diferentes para cada escolha.

3. A pessoa responsável não depende dos outros para se curar. Precisa dos outros mas não se encontra propriamente pendurado à espera de milagres. Responsabilidade é Poder. E é aqui que se dá o verdadeiro milagre.

4. Parte das nossas escolhas dirá respeito a processos inconscientes. O facto de parte das escolhas ser feita de forma inconsciente não nos retira a responsabilidade.

5. Parte das nossas escolhas dirá respeito a processos conscientes. Queremos aumentar esta taxa, principalmente no caminho de regresso ao estado saudável e equilibrado.

7. Em silêncio, interno e externo, conseguimos ouvir o nosso inconsciente, voz interior, intuição, essência, eu superior, deus, universo, guias ou outro nome que queiramos dar, conforme formação, credo ou cultura.

O caminho criativo: Tudo se transforma

1. A criatividade tem uma função terapêutica e ser criativo/criador corresponde ao nosso estado natural/inicial/essencial/saudável.

2. É da relação única entre indíviduo e evento, materiais, ações, pessoas ou contexto que resulta o produto criativo, novo, original, que vem mudar a condição presente, transformando-a em algo superior. (Uma vez que acredito que estamos aqui para evoluir, só posso admitir que a condição anterior será inferior e a nova superior.)

3. Se criamos a doença, também criamos a cura.

4. Ser criativo é de todos, mas não é para todos. É só para os livres de espírito. Aqui entra a liberdade de expressão e todos os meios de expressão (armas de fogo não contam!). Entram as artes mas também entram as soluções.

5. Liberdade Psicológica. (...) Nem em todas as circunstâncias é libertador o facto de se exprimirem no comportamento todos os sentimentos, impulsos e formas. O comportamento pode ser limitado em determinadas circunstâncias pela sociedade e assim deve ser. Mas a expressão simbólica não tem necessidade de ser limitada. (Rogers, 2009)


Corpo criativo
 

1. O corpo humano é uma máquina perfeita e diz o povo que o material tem sempre razão. A doença, ainda que patológica, pode ter uma função terapêutica. Em última análise, a doença tem uma função! Alguém se mantém num estado se este não serve para nada e ainda por cima não se merece?

2. Na minha perspetiva de doença, o corpo é um mediador expressivo de uma emoção e o sintoma o símbolo através do qual nos permitimos expressar.

3. Na minha perspetiva do ser humano, o que acontece no plano físico terá uma manifestação correspondente em todos os outros planos, como o emocional, o mental e o espiritual.

A minha abordagem resulta do casamento da minha vivência pessoal com a profissional e da integração das perspetivas de vários autores que me inspiram:

Alain Jezequél - Naturopatia e Biopsicoterapia
Bruce Lipton - Biologia
Carl Rogers - Psicologia Humanista
Carl Jung - Psiquiatria e Psicologia Analítica
Gerda Boyesen - Psicologia Biodinâmica
Greg Bradden - Física e Geologia (Ciência e Espiritualidade)
Jeanette MacDonald - Dança Movimento Terapia
Louise Hay - Desenvolvimento Pessoal
Marcelli Ferraz - Psicologia e Educação Expressiva
Pierre-Jean Thomas-Lamotte - Neurologia
Ryke Geerd Hamer - Nova Medicina Alemã (German New Medicine)
Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke - Psicologia e Medicina Psicossomática

entre muitos outros de Psicoterapia Psicodinâmica, Psicanálise, Coaching, Sociologia, Antropologia, Filosofia, Literatura, Medicinas e Terapias alternativas e energéticas...


Perante as descobertas e as invenções que crescem em progressão geométrica, um povo passivo e tradicional não pode fazer face às múltiplas questões e problemas. A menos que os indivíduos, os grupos e as nações sejam capazes de imaginar, de construir e de rever de uma forma criadora as novas formas de estabelecer relações com essas complexas mutações, as sombras irão crescendo. (...) Não serão apenas as desadaptações pessoais ou as tensões de grupo que representarão o preço que teremos de pagar por essa ausência de criatividade, mas a aniquilação das nações. (Carl Rogers)

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